Os bancos de montadoras vêm registrando forte crescimento nos empréstimos este ano. O Banco Mercedes-Benz bateu recorde de financiamento em julho, com R$ 360,1 milhões em novos negócios, um crescimento de 33%. O Banco Volkswagen também registra recordes no crédito, principalmente no financiamento para a compra de caminhões e ônibus com repasses de recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), modalidade conhecida como Finame. Nos sete primeiros meses do ano, foram liberados R$ 2,159 bilhões.
Os bancos atribuem o crescimento dos empréstimos à forte expansão da indústria automobilística nacional. O setor vem batendo recorde de vendas mesmo com o fim da alíquota menor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de veículos a partir de abril. Em julho, os emplacamentos de veículos novos no mercado brasileiro somaram 302,4 mil unidades, alta de 6% ante igual intervalo de 2009 e de 15% ante junho, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Nos sete primeiros meses de 2010, foram vendidas 1,882 milhão de unidades, alta de 8,5% ante o mesmo período do ano passado.
No Banco Mercedes-Benz, o crédito direto ao consumidor (CDC) foi o produto com maior crescimento em julho, com expansão de 146%. No mês passado, foram financiados R$ 27,1 milhões por meio desta modalidade. Já o Finame teve alta de 67%, com financiamento de R$ 330,1 milhões. A exceção é o leasing, com queda de 96% nos volumes, para apenas R$ 2,8 milhões.
“A procura pelo leasing vem caindo em razão das taxas atrativas oferecidas pelo Finame e das condições especiais do CDC“, comenta o diretor comercial do banco, Angel Martínez. Com esse resultado, o Finame respondeu por 91,5% dos financiamentos do Banco Mercedes-Benz; o CDC, por 7,5%; e o leasing, 1% – há um ano, esta modalidade respondia por 15%. A carteira total do Mercedes chegou a R$ 6,5 bilhões em julho, alta de 23%. Nos sete primeiros meses do ano, financiou R$ 2 bilhões. O banco financia a compra de veículos comerciais (caminhões, ônibus e Sprinter) e de automóveis de passeio da marca Mercedes-Benz.
Já o Banco Volkswagen é focado em repasses do BNDES e foi o banco de montadora com maior volume de operações de Finame no período. A operação respondeu por 90% dos volumes financiados de caminhões e ônibus pelo banco. Foram 18.122 operações de financiamento de janeiro a julho.
Nos grandes bancos, a carteira de financiamento de veículos tem tido expansão mais modesta. O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, disse na semana passada que espera redução das taxas de crescimento do financiamento de veículos. “É um mercado mais maduro e com boa parte da demanda já suprida”, disse ele. No segundo trimestre, a expansão da carteira foi de apenas 1,8% ante os três primeiros meses do ano. No Bradesco, a expansão foi de 3,7%.
O Banco do Brasil foi a exceção. Por conta da compra de 49,99% do Banco Votorantim, focado no financiamento de veículos, a carteira do BB cresceu mais que seus concorrentes privados no segundo trimestre, com aumento de 8,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano e 178% em 12 meses.
Fonte: Estadão