Comitiva de brasileiros se emociona com os aprendizados obtidos na capital nacional do cooperativismo da Argentina
30/08/2010 – A semana que passou com certeza foi muito especial e de suma importância para Nova Petrópolis estreitar ainda mais os laços de irmandade para com Sunchales. A comitiva brasileira, composta por 40 integrantes, teve a oportunidade de conhecer sua co-irmã e entender os porquês dessa cidade ter conquistado o título de capital nacional do cooperativismo na Argentina, título este que inspirou Nova Petrópolis a obtê-lo no Brasil, a partir da iniciativa do ex-presidente da Sicredi Pioneira RS Édio Spier. As cidades não somente apresentam a nomeação de capital em comum para serem consideradas irmãs, mas também uma semelhança muito grande entre a receptividade de ambas as populações e a alma cooperativista presente nas pessoas.
Foram, ao todo, três dias de intensa programação dividida para quatro distintos grupos dentro da comitiva: o grupo do cooperativismo; composto por integrantes da Sicredi Pioneira RS, Piá, Acinp, Sicredi Corretora de Seguros, Associação Amstad, Casa Cooperativa de Nova Petrópolis e Rádio Imperial FM, o grupo do cooperativismo escolar; composto por professoras, secretária de Educação e coordenadora do projeto A União Faz a Vida de Linha Nova além de professores da escola Bom Pastor, vencedores do concurso da logomarca da capital nacional do cooperativismo e Associação Cultural Amstad, o grupo das autoridades; composto pelo prefeito de Linha Nova Nicolau Haas, vice-prefeito de Nova Petrópolis Ricardo Lawrenz, vereadores de Nova Petrópolis, Secretaria de Turismo de Nova Petrópolis e Jornal O Diário, e o grupo do vôlei, composto por jogadoras do projeto Vôlei Nova Petrópolis e seu coordenador Daniel Roese.
Durante o primeiro dia de visitação, ocorrido na quinta-feira, os grupos puderam conhecer diversos pontos de Sunchales que representam o cooperativismo, a história da cidade, bem como a Prefeitura e Cooperativas Escolares.
Já na sexta-feira, a programação teve seu início para todos os grupos com uma visita à SanCor, que é a maior cooperativa de laticínios da Argentina, com uma vasta linha de produtos e 4800 empregados. Após, o grupo do cooperativismo escolar e as meninas do Projeto Vôlei Nova Petrópolis conheceram as cooperativas escolares dos colégios Steigleder e ICES, que faz parte da Casa Cooperativa de Sunchales. À tarde, as jogadoras tiveram jogos de integração com as sunchalenses e o grupo do cooperativismo escolar seguiu as visitas no colégio Rochdale, escola rural Avellaneda e, no fim da programação, tiveram um bate-papo com alunos e o diretor do nível terciário do colégio ICES. “Todos ficamos encantados com o projeto das cooperativas escolares. Vimos que é algo totalmente viável para ser implantado nas cidades de Nova Petrópolis e Linha Nova. Com certeza dará um embasamento muito importante para nossas crianças conhecerem a fundo, desde pequenas, o funcionamento de uma cooperativa e levar essas experiências práticas para uma vida adulta mais próspera”, lembra Ivone Fristch, secretária de Educação de Linha Nova.
As jogadoras de vôlei de Nova Petrópolis ficaram hospedadas em casas de famílias e, para elas, a experiência foi incrível. “Vimos que em Sunchales as pessoas acreditam uma nas outras e disso nasce um sistema cooperativo. Fomos acolhidas de uma maneira única e, apesar de terem sido poucos dias de convivência com as famílias argentinas, crescemos muito como pessoas. Percebemos que unidos conseguimos realizar grandes conquistas e somar aprendizados para o resto da vida“, apontam as meninas do projeto Vôlei de Nova Petrópolis.
O grupo do cooperativismo iniciou sua visita específica na Sociedade de Carnes com degustação de frios e, juntamente ao grupo de autoridades, foi conhecer o novo edifício do grupo SanCor Seguros bem como o aeroclube e a estação metereológica de Sunchales. Os representantes do cooperativismo visitaram, ainda, as associações mutuais da Sancor e as autoridades conheceram o museu local e o Corpo de Bombeiros Voluntários. “Nova Petrópolis tem muito a aprender com Sunchales. Por exemplo: as cooperativas e o setor privado tomam iniciativa para a captação e organização de eventos e a Prefeitura torna-se uma mera coadjuvante e preocupa-se principalmente com a administração da cidade. As pessoas foram muito receptivas e todas as visitas que fizemos nos engrandeceram como seres humanos”, afirma Ricardo Lawrenz, vice-prefeito de Nova Petrópolis.
No final da sexta-feira, uma homenagem surpresa emocionou toda a comitiva novapetropolitana. Foi inaugurada, na Casa Cooperativa de Sunchales, uma exposição de fotos de pontos turísticos de Nova Petrópolis, que mostram o quanto os sunchalenses se orgulham da sua cidade co-irmã. Após, o grupo dirigiu-se ao jantar que foi servido no sítio de Raul Colombetti, com uma grande festa entre os “irmãos” da cidade. Diversos membros da delegação de Nova Petrópolis participaram cantando e divertindo a todos.
Já no sábado, toda a delegação realizou uma programação única, que teve início na Cooperativa de Produtores de Leite de Sunchales. No local, uma família composta por quatro pessoas trabalha ordenhando 270 vacas que fornecem aproximadamente 5.000 litros de leite ao dia em baixa temporada, e 6.000 litros em alta temporada. À tarde a delegação conheceu os dois grandes clubes sunchalenses: o Clube Atlético Union; que tem um grande campo de futebol, quadras de basquete e vôlei, além de piscina para competição e lazer, creche para os filhos dos sócios e salões de eventos, e o Clube Desportivo Libertad, que possui quadras de basquete, vôlei, tênis, patinação, musculação, campo de futebol e um museu de alta tecnologia com a história do clube e homenagens a Sunchales.
O dia encerrou com uma janta no salão de festas do Corpo de Bombeiros Voluntários, onde o Ballet Del Liceo Municipal de Sunchales realizou uma rica apresentação. A despedida foi marcante e emocionou a todos. “Nesse momento é impossível não lembrar e agradecer ao Ivano Barberini, ex-presidente da Aliança Cooperativa Internacional, que aproximou Sunchales e Nova Petrópolis através do episódio dos monumentos ao cooperativismo. Graças a ele pudemos perceber que as cidades têm muito em comum e que o processo de irmandade era algo inevitável”, afirmou Raul Colombetti, presidente da Casa Cooperativa de Nova Petrópolis. Oscar Trinchieri, prefeito de Sunchales, também se mostrou emocionado e satisfeito com a visita da comitiva brasileira. “As bandeiras das duas capitais nacionais do cooperativismo não foram oficialmente unidas ainda, mas já existem no imaginário de todos nós, que já podemos ser considerados como irmãos”, salientou.
A delegação brasileira retornou para suas casas no domingo, com a ânsia de retornar e viver todas essas experiências novamente. “Será muito difícil repassar tudo o que sentimos e vivemos em Sunchales para nossas famílias, amigos e todos de Nova Petrópolis. Para realmente entender os encantos que passamos lá, somente vivendo essa experiência de corpo e alma. Não há palavras que consigam explicar o quanto essa visita foi significativa para cada um de nós. É incrível como a irmandade entre Sunchales e Nova Petrópolis tem dado tão certo”, conclui Eduardo Spier, coordenador da delegação de Nova Petrópolis.
Por Bianca Hennemann