O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 8, manter a taxa básica de juros (Selic) no atual patamar, de 10,75% ao ano, em sua última reunião do ano. A decisão veio em linha com a expectativa da maior parte do mercado, mesmo após o IBGE ter divulgado o resultado de novembro do IPCA, que subiu 0,83%, a maior alta mensal em cinco anos.
Em decisão unânime, o Copom afirmou que é preciso tempo para aferir os resultados das medidas prudenciais recentes, que restringiram a oferta de crédito na economia e elevaram o depósito compulsório dos bancos. Por isso, diz a nota, não seria “oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião”.
Trata-se também da última decisão com Henrique Meirelles à frente da autoridade monetária, uma vez que Alexandre Tombini, atual diretor de Normas do BC, já foi indicado pela presidente eleita Dilma Rousseff e aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para comandar o Banco Central a partir de 2011.
A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 18 e 19 de janeiro. Leia abaixo a íntegra do comunicado:
“Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% a.a., sem viés. Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macroprudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.”