A retomada do crescimento da economia nacional ao longo da última década veio acompanhada de uma forte expansão do crédito às empresas e aos consumidores. Verifica-se entre 2000 e 2010 um crescimento anual médio de 17,5%, mas o crédito cooperativo avançou bem mais: 26,01%, segundo o professor adjunto do Departamento de Economia da Ufes, Roberto Amadeu Fassarella.
O economista fez uma exposição sobre “desafios e oportunidades para o cooperativismo de crédito no Espírito Santo” durante seminário promovido dia 17-3 em Vitória pela Central das Cooperativas de Economia e Crédito Mútuo do Estado do Espírito Santo (Cecoopes), presidida por José Suzano de Almeida.
O cooperativismo cresceu de forma notável durante os dois mandatos de Lula. Entre 2003 a 2010, a taxa anual de crescimento dos cooperados (ou sócios das cooperativas) foi de 15,94%. Enquanto os depósitos bancários em geral avançaram 18,75% ao ano, em média, nas cooperativas a expansão foi de 24,55%. O setor responde hoje por 2,44% do total de crédito, contra 1,24% no ano 2000.
A diferença no ritmo de crescimento tem um forte motivo. Os juros são bem mais baixos. A diferença na taxa de juros mensais, emr relação aos bancos, chega a 5,05% no cartão de crédito, 3,10% no cheque especial e 2,81% na modalidade crédito pessoal.
Origens
O cooperativismo surgiu no início do século XIX como uma reação à propriedade privada e à exploração capitalista da força de trabalho. A cooperativa não pertence a um ou outro indivíduo, é propriedade coletiva de um grupo de cooperados.
Por isto, originalmente as cooperativas surgem associadas ao ideal socialista e os principais defensores e pensadores do movimento cooperativo lideraram o chamado socialismo utópico: Robert Owen, Charles Fourier, Louis Blanc e Saint-Simon.
Embora sob o capitalismo muitas vezes as cooperativas acabam se desviando de seus princípios, “é preciso recorrer sempre às origens para fortalecer o cooperativismo”, conforme sublinha Ricardo Nunes, superintendente da Cecoopes. Ele também falou durante o seminário realizado em Vitória, que contou, na abertura, com uma análise da conjuntura nacional e internacional feita pelo jornalista Umberto Martins, do Vermelho.
Fonte: Cecoopes