Os presidentes das cooperativas integrantes do projeto de governança corporativa, que tem como objetivo a reestruturação das Agropecuárias, reuniram-se em Porto Alegre no dia 05 de abril para discutir as próximas etapas. Os dirigentes examinaram as obrigações contratuais e a participação financeira das cooperativas, além de definirem o cronograma de ações dos próximos 18 meses.
Na reunião anterior, realizada no final de 2010, o grupo definiu os principais critérios para a contratação de uma empresa de auditoria e consultoria especializada para execução do processo. A empresa vencedora da licitação foi o Rabobank International Brasil, que faz parte do grupo holandês Rabobank, um banco com mais de nove milhões de clientes e presente em 43 países. “Estamos muito felizes em participar deste projeto. A comissão já foi composta e grandes nomes de nossa equipe foram designados para fazer parte dela”, afirmou o gerente de projetos do Rabobank, Dante Pozzi, que veio de São Paulo para participar do encontro. “Sabemos que há um longo caminho a ser percorrido. Internamente, o projeto recebeu o apelido de Hércules”, declarou, garantindo que o status do projeto no Rabobank é dos mais elevados.
A partir de agora, o desafio é a execução do objeto contratado: auditoria e consultoria às 48 cooperativas que participam do Projeto. De acordo com o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, o trabalho dos próximos 12 meses será de análises, avaliações e pesquisas.
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Inicialmente, será fornecido um relatório de análise dos cenários internacional, nacional, regional e local das cadeias produtivas, englobando as atividades de todas as cooperativas envolvidas. Depois, cada uma delas receberá um relatório individual, no qual constarão informações sobre os aspectos gerais, quadro social, empregados e prestadores de serviços, situação da cooperativa no mercado e análise estratégica. Perius explica: “O primeiro relatório é setorizado. O setor vitivinícola, por exemplo, organiza-se em uma governança. Depois, cada cooperativa vinícola terá seu relatório individual.” Por fim, dentro de 11 meses, as cooperativas receberão o relatório de estratégias de negócios.
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A fase seguinte à dos relatórios é colocar em prática a governança. Para isso, serão levados em conta todos os aspectos analisados anteriormente e executadas ações de planejamento mercadológico, estratégias competitivas e projetos de capitalização. “O relatório final apontará alternativas, mas os dirigentes escolherão os caminhos”, ressalta o gerente jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Mario De Conto.
No dia 25 de abril, um dia antes da Assembleia Geral da Ocergs, os presidentes das 48 cooperativas assinarão o contrato de execução e participação financeira. O investimento estimado para a realização do projeto de reestruturação é de R$ 4,2 milhões. Deste valor, 70% será custeado pelo Sescoop/RS, 20,13% pelo Sicredi e 9,87% pelo grupo de cooperativas participantes. Conforme explicou o superintendente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Norberto Tomasini, essas cooperativas serão divididas em três grupos, de acordo com o faturamento, e o investimento aplicado por elas será proporcional a esse valor. Juntas, elas somaram um faturamento de R$ 8,5 bilhões em 2009.
Histórico do projeto de Reestruturação das Cooperativas Agropecuárias
As discussões sobre a reestruturação das cooperativas Agropecuárias começaram em janeiro de 2010. Para encaminhar o projeto, foi instituída uma comissão, coordenada pelo presidente da Cotrijal, Nei Mânica. Além dele e do presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, participam da comissão os presidentes Rui Polidoro Pinto, da FecoAgro/RS; Orlando Müller, da Central Sicredi Sul; Álvaro Lima da Silva, da Fecolã; Alceu Dalle Molle, da Fecovinho; André Barreto, da Fearroz; Paulo César Pires, da Coopatrigo; Walter Vontobel, da Cotrisal; Darci Hartmann, da CCGL; Daniel Colombo, da Cotriel. Também auxiliam no processo o gerente jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Mario De Conto; o diretor financeiro do Banco Cooperativo Sicredi, Fernando Marchet; e o auditor da CCGL, Airton Donatti.
Para o presidente da Cotrijal e coordenador do projeto, Nei Mânica, o procedimento visa identificar problemas e reorganizar o cooperativismo. “O maior desafio é que as cooperativas tenham o entendimento de que são um sistema. Esse diagnóstico vai mostrar o potencial e a realidade de cada cooperativa”, disse. O dirigente garante que o sigilo das informações levantadas nas cooperativas será mantido.
“Nós, que vivemos sob a mesma bandeira do cooperativismo, não podemos nos conformar com o insucesso do sistema. Temos que fortalecer a imagem do cooperativismo e, para isso, temos que nos ajudar”, destacou o presidente da Central Sicredi Sul, Orlando Müller. O presidente da FecoAgro/RS, Rui Polidoro Pinto, salientou que o projeto de reestruturação das cooperativas Agropecuárias é um grande desafio: “Seguramente, no decorrer desses dois anos, teremos dado passos importantes”, estima.
Fonte: Carolina Barcelos / Ocergs
Excelente iniciativa em prol do cooperativismo gaúcho.