Continuando a discussão dos assuntos que compõe a Política de Governança Cooperativa, baseado nas diretrizes previstas pelo Banco Central do Brasil (link), abordamos abaixo o item Comitês Não Operacionais, assunto bastante trabalhado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
A criação de Comitês Não Operacionais tem por objetivo dar andamento às várias atribuições que competem ao Conselho de Administração, atribuições e responsabilidades estas que dificilmente serão concretizadas apenas com a realização das reuniões ordinárias do Conselho de Administração.
Comitês Não Operacionais relacionados ao Consad
Para apoiar as análises e estudos inerentes ao Conselho de Administração (Consad) a cooperativa pode contar com comitês não operacionais responsáveis pela análise de questões estratégicas e pelo acompanhamento da gestão da cooperativa. Os comitês estudam os assuntos de sua competência e preparam as propostas para Consad. O material necessário ao exame do Conselho deve ser disponibilizado junto com a recomendação de voto. Só o conselho pode tomar as decisões.
As análises e propostas dos comitês devem ser sistematicamente submetidas à avaliação do Conselho de Administração, sendo que os comitês não devem concorrer com o trabalho de responsabilidade da Diretoria Executiva, evitando interferir em sua autoridade e responsabilidade.
Os integrantes dos comitês serão indicados anualmente pelo Conselho de Administração, podendo ser formados por conselheiros titulares e suplentes, observados para sua formação os conhecimentos e experiências de cada conselheiro. Para subsidiar os trabalhos dos Comitês, eventualmente, poderão ser convidados a participar integrantes da Diretoria Executiva, colaboradores da cooperativa ou terceiros que detenham conhecimento sobre o assunto a ser abordado pelo comitê.
A Cooperativa pode definir quais os Comitês que eventualmente irá constituir, sendo que abaixo constam algumas sugestões:
1) Comitê de Estratégia: cabe a este comitê a:
- analisar o mercado definindo oportunidades de expansão e de negócios;
- analisar e acompanhar o orçamento, o desempenho financeiro e a precificação de produtos;
- elaborar e acompanhar o Planejamento Estratégico;
- definir o público alvo da cooperativa e das formas de abordagem de cada público;
- definir estratégias de comunicação;
- estabelecer critérios para patrocínios e de brindes;
- definir indicadores para avaliar e implementar as estratégias e metas de curto e longo prazo, inclusive estabelecendo parâmetros de comparação com outras cooperativas;
2) Comitê de Pessoas: cabe a este comitê:
- propor políticas de gestão de pessoas, incluindo políticas de contratação e seleção de pessoal, políticas de retenção de pessoal, política de remuneração e benefícios e plano de carreira;
- propor políticas de sucessão em todos os níveis;
- avaliar e propor melhorias para o clima interno da cooperativa;
3) Comitê de Auditoria e Riscos: cabe a este comitê:
- implemetar políticas de gestão e mitigação de riscos, monitorando a performance da cooperativa frente à exposição ao risco;
- avaliar os relatórios de auditoria interna e externa;
- avaliar os índices de provisionamento da cooperativa;
- analisar e propor políticas de recuperação de crédito;
- definir políticas de compliance (conformidade com normas);
- avaliar o plano de contingência da cooperativa;
- analisar os créditos aprovados pelo comitê de crédito
- propor melhorias no Código de Ética;
4) Comitê de Educação Cooperativista: cabe a este comitê:
- implementar políticas que promovam a participação dos associados no negócio cooperativo e que promovam a educação cooperativista entre associados e colaboradores;
- promover e acompanhar os programas sociais e de formação da cooperativa;
- promover e estruturar divulgação da história da Cooperativa;
- promover os princípios e valores do cooperativismo;
- promover pesquisa de satisfação dos associados;
- analisar os pedidos de associação e de demissão de associados;
- acompanhar a utilização dos recursos do FATES;
5) Comitê de Governança: cabe a este comitê:
- analisar e propor melhorias no processo eleitoral da cooperativa;
- identificar associados que possam vir a integrar o Conselho de Administração;
- conduzir a avaliação de desempenho anual do Conselho, dos seus comitês e de seus conselheiros;
- avaliar o desempenho dos principais gestores da cooperativa, compreendendo o Diretor Executivo e seus Diretores;
- propor a sistemática de funcionamento do Processo Assemblear;
- avaliar critérios para reeleição de conselheiros propondo melhorias no Regimento Eleitoral e Estatuto Social da Cooperativa.
Leia todo o conteúdo já publicado no link
Muito interessante as colocações a respeito das atribuições do Conselho de Administração e dos Conselhos não Operacionais. Fico muito preocupado que a divulgação destas informções seja intensa, salvo melhor juízo, tão somente em matérias do cooperativismo de crédito. Outros ramos do cooperativismo deveriam tomar o mesmo posicionamento.