Chegamos à Quebec, cidade de 600 mil habitantes leste do Canadá e que fica no estado também chamado de Quebec. Aqui conheceremos a Federação das Cooperativas de Desjardins e também a história da fundação da primeira cooperativa no ano de 1900. No dia de hoje fizemos 2 visitas ainda em Montreal e em breve um breve relato estará disponível.
Ao chegarmos em Quebec ficamos sabendo que estava acontecendo um espetáculo do Circo de Soleil, ao qual alguns dos integrantes do grupo foram assistir.
Para quem desconhece o vínculo do Circo de Soleil com o cooperativismo de crédito leia o texto abaixo retirado de uma matéria já publicada neste mesmo site anos atrás:
"no estado de Quebec, o cooperativismo detêm mais de 50% do mercado financeiro. Veja o caso do Circo de Soleil, que é da região de Quebec. Eu estive lá e conheço bem esta história. Quando foi montar o Cirque du Soleil, o seu idealizador, que era um daqueles comedores de fogo, foi procurar o sistema bancário para dizer "Olha, financia este projeto". O que ele ouviu foi alguma coisa como "Acha que sou maluco, rapaz? Vou botar o meu dinheiro aí no fogo, pra vocês comerem? Que história é essa?". Resumindo, o banco não financiou. Ele foi buscar apoio no sistema cooperativista da região, que começou a apoiá-lo com pequenos recursos. E foi o modo como ele conseguiu montar o circo. Veio o sucesso - porque de fato há empreendedores que só precisam, mesmo, de recursos... O circo cresceu e o sistema cooperativista da região já não tinha mais capacidade operacional para suprir todas as necessidades de financiamento do Circo de Soleil. Então, o que o Soleil passou a fazer ? Passou a fazer uma espécie de leilão com os bancos. "Olhem, estamos precisando de US$ 1 milhão. Vocês nos oferecem a quanto?". O poder de barganha mudou de lado... Exatamente. O circo passou a ter o poder de dizer assim: "Eu quero um milhão", porque o negócio virou um sucesso e os bancos viam o empreendimento com outros olhos. Mas mesmo na nova fase o Circo de Soleil só recorria ao sistema bancário quando o sistema cooperativista declarava algo como "Olha, nesse nível nós não temos os recursos suficientes para bancar o seu projeto.". A preferência deles sempre foi pelo sistema cooperativista. É uma história lá de fora, mas se nós olharmos determinadas regiões do Brasil veremos que também ocorre essa concorrência das cooperativas, esta capacidade de impor uma puxada de juros para baixo.... Há pessoas que operam exclusivamente com o sistema cooperativista. Assim como há pessoas que não conhecem bem o sistema cooperativista e entram porque acham que se trata de crédito fácil... Tem de tudo aí."
Por Márcio Port, direto de Quebec, no Canadá