Brian Branch apresentou dados do cooperativismo de crédito no mundo que comprovam a importância de investir em jovens e mulheres
O CEO do Woccu (World Council of Credit Unions – organização mundial que representa as cooperativas de crédito desde 1971), Brian Branch, participou da abertura do 10º Fórum Nacional de Presidentes e 11º Encontro Nacional de Executivos do Sicredi, realizado nos dias 26 e 27 março, em Porto Alegre. A palestra de Brian foi sobre a inserção dos jovens e das mulheres no cooperativismo.
O executivo lembrou que o foco do trabalho das cooperativas de crédito no mundo é agregar jovens e mulheres em todas as suas instâncias, já que esses públicos trazem diversidade de informações, novas ideias e diferentes perspectivas para o negócio. “Precisamos entender melhor as necessidades de serviços e desenvolver produtos e ações de marketing específicas para esses segmentos. Já fazemos isso no Woccu com os programas WYCUP (Woccu´s Young Credit Union People) e Global Women’s Leadership Network, sabemos também que o Sicredi é uma das instituições que mais investe em iniciativas neste modelo.”
Branch ressaltou que as cooperativas de crédito devem se dedicar aos jovens. Mas para obter sucesso nessa aproximação, é preciso adequar a oferta de produtos aos anseios de uma geração que busca comodidade e mobilidade também na vida financeira. As cooperativas de crédito devem prover, por meio dessas plataformas, todos os seus serviços. Ele trouxe o exemplo que nos EUA, como as cooperativas não estão inseridas em sistema, é mais difícil organizar o portfólio de produtos e serviços para corresponder a todas essas necessidades. “O modelo de organização sistêmica do Sicredi, que é um diferencial no cooperativismo de crédito, permite canais de atendimento, soluções e serviços em escala e padronizados para todas as 100 cooperativas filiadas”, destacou.
As mulheres apresentam algumas características distintas e demandam outras necessidades de serviços para elas e para as famílias, destacou o executivo. São elas que controlam as decisões de consumo em casa e têm participação crescente na força de trabalho. Branch apresentou informações sobre um estudo que está sendo realizado em alguns países, entre eles o México, e que já mostram alguns resultados preliminares. “As mulheres participam de cargos de liderança de cooperativas de crédito pequenas e médias e têm menor participação nas grandes. Na maioria dos países, elas têm mais responsabilidades familiares do que os homens, além das profissionais, têm menos flexibilidade para educação continuada, menos disponibilidade para jornadas mais longas e para viajar. Por estes e outros motivos, precisamos somar forças para incluí-las cada vez mais nas nossas instituições.”
De acordo com dados apresentados pelo executivo, a média mundial de participação das mulheres como associadas nas cooperativas de crédito é de 46%. Já como colaboradoras, elas ocupam 31% das posições em conselhos e apenas 7% são CEOs. Quando observadas informações que comparam o percentual de mulheres CEOs com o volume de ativos das cooperativas de crédito, nota-se que elas são maioria no gerenciamento de ativos até a ordem de US$ 50 milhões. Acima deste valor, a participação diminui consideravelmente: entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões, elas são 28%, US$ 200 milhões a US$ 500 milhões, 27%, US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão, 18%.
Fator de perenidade, o estímulo a participação dos jovens na prática do cooperativismo é objeto de forte atenção do Sicredi. Do total de 2,5 milhões de associados, 10% tem de 18 a 25 anos. A busca da igualdade entre os gêneros também é um dos objetivos de atuação da instituição nos próximos anos. As mulheres correspondem a 39% do total de associados.
Sobre o número geral de associados das cooperativas de crédito, Branch apresentou informações que mostram que, em países como EUA, Canadá e Austrália nos últimos 10 anos, o número de associados estabilizou: cerca de 90 milhões, 5 milhões e 3,5 milhões, respectivamente. “Comparados com dados mundiais, o Sicredi exibe um aumento no seu quadro de associados impressionante. Em 2004, a instituição tinha menos de um milhão de associados. Neste ano, o número chega a 2,5 milhões”.
“Nós temos muito orgulho de ter o Sicredi como nosso membro no Brasil. Sabemos que a instituição está em busca dos mesmos objetivos do Woccu e também partilharmos os mesmos desafios: compliance, investimento e adequação de tecnologia, e, principalmente, aproximar jovens e mulheres das cooperativas de crédito. Não queremos apenas agregar associados destes grupos, mas também aproximá-los como colaboradores das nossas instituições”, declarou o executivo.
Fonte: Sicredi