No último dia 10 de maio, participei, em Brasília, da reunião plenária do Conselho Especializado de Crédito da OCB – CECO, cuja pauta de discussão era bastante extensa. Estavam na plateia representantes das diversas instituições e sistemas vinculados ao ramo do cooperativismo de crédito, com destaque para a relevante presença de dirigentes do Banco Central do Brasil.
O CECO é o principal fórum de debates e tomada de decisões do cooperativismo de crédito no âmbito da OCB e tem como papel principal contribuir para promover a integração, a convergência de interesses e o fortalecimento da representação política e institucional do ramo crédito.
Dentre os diferentes temas em pauta, chamou-me a atenção a exposição sobre o desempenho do Fundo de Garantia do Cooperativismo de Crédito – FGCoop, no exercício de 2016. Com base neste case, gostaria de dividir minhas considerações com vocês.
O FGCoop, criado em 2014, garante depósitos de 829 cooperativas singulares de crédito captadoras (atualmente existem 1041 cooperativas singulares autorizadas a funcionar pelo BACEN) e dos dois bancos cooperativos: Bancoob e Bansicredi, até o limite de até R$ 250 mil. Cerca de 8,5 milhões de brasileiros guardam suas economias nessas instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo – SNCC.
A contribuição mensal das instituições associadas é de 0,0125% do montante dos saldos das contas correspondentes às obrigações garantidas, não podendo o recolhimento mensal ser inferior a R$ 100,00.
Em 2016, o FGCoop atingiu patrimônio social da ordem de R$ 580,7 milhões, demonstrando excelente desempenho nos três anos de operação. Acima de tudo, o FGCoop significa segurança e credibilidade aos depositantes e investidores, além de constituir-se na única instituição a congregar em seu seio representantes de todo o SNCC. Seu Conselho de Administração é formado por membros indicados por todos os sistemas cooperativos atuantes no país e das cooperativas não filiadas a centrais.
Além de gerar um ciclo virtuoso de desenvolvimento para o cooperativismo de crédito, o FGCoop é o maior testemunho que a intercolaboração sistêmica produz grandes feitos que afetam positivamente os entes cooperativos e seus associados, propiciando estabilidade e otimização de resultados.
Penso que é um exemplo a ser seguido na construção de outras soluções para o cooperativismo de crédito nacional que desonerem os sistemas e construam pontes que interliguem interesses comuns e caminhos para a inovação e sustentabilidade.
Este modelo poderia ser aplicado também na construção coletiva de uma Escola de Negócios única que capacitasse dirigentes e colaboradores de todas as bandeiras do cooperativismo de crédito, ajudando a configurar um modelo padronizado de gestão e excelência no atendimento. Para tal podemos também nos mirar no exemplo da ADG, a Academia das Cooperativas Alemãs, que é a entidade, naquele país, responsável pela capacitação e formação contínua das lideranças cooperativas.
Entendo também que a experiência exitosa do FGCoop de representatividade e unicidade poderia ser transbordada para estruturar entidade de Certificação Profissional cujo objetivo seria estabelecer princípios e padrões de capacitação e conduta para lideranças que militam no cooperativismo de crédito, a exemplo do que já acontece há anos junto aos profissionais das áreas de seguridade, mercado de capitais, consultores para fundos de investimentos e outros.
O que queremos do futuro? Diante de um cenário cada vez mais desafiante, construiremos os novos caminhos juntos ou insistiremos em seguir multiplicando esforços separadamente, com desperdício de recursos e inteligência? Cooperar é sobretudo estabelecer parcerias; fazer junto!
O sucesso do FGCoop, em curto espaço de tempo, é combustível para a reflexão sobre o futuro e para a construção de novas pontes exercitando a intercooperação e a unicidade no seio do cooperativismo de crédito.
Saiba mais sobre o FGCoop: http://www.fgcoop.coop.br/
*Kedson Macedo – Presidente da Confebras
Fonte: www.confebras.coop.br