É fato conhecido que faz parte do perfil do consumidor brasileiro comprar sem o devido planejamento. A atitude impulsiva, no entanto, acaba por impedir que investimentos mais acertados sejam realizados. Desde a aquisição de pequenos itens até a compra de bens de grande valor podem ser afetadas por decisões que são frutos dessa carência na educação financeira. Estudar as possibilidades é, sem duvida, o primeiro passo. Um exemplo dessa necessidade de organização pode ser percebido durante a compra de um imóvel. Sonho comum entre a maioria da população, comprar um apartamento ou casa se tornou mais difícil nos últimos tempos. A restrição de crédito e os juros altos dos financiamentos tornaram a concretização desse desejo mais desafiadoras.
No entanto, basta observar o mercado para perceber que existem alternativas. Dentre as mais atraentes está, sem dúvidas, o consórcio. A fórmula desse tipo de opção não chega a ser novidade. Formados por pessoas que têm por objetivo adquirir um bem, todos contribuem mensalmente, formando um fundo. Com o valor acumulado todos os meses são sorteados os consorciados que receberão a carta de crédito. Outro meio de ser contemplado é com lances, que posteriormente são abatidos das parcelas restantes.
Entre os grandes benefícios desse modelo estão a inexistência de entrada, bolsões ao longo dos meses e, por fim, dos juros altos comuns em financiamentos. Outra vantagem é que com o recebimento da carta de crédito é possível ao comprador negociar o valor do imóvel à vista.
Os atrativos do consórcio aos poucos começam a ser notados pela população. Prova disso são os dados oferecidos pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) que registravam até março mais de 808,5 mil consorciados no setor de imóveis. Com cartas de valor médio de R$ 111 mil os consórcios movimentaram somente no primeiro trimestre mais de R$ 5,21 bilhões em créditos comercializados e R$ 1,86 bilhão em créditos concedidos.
Oferecido por instituições financeiras como bancos e cooperativas, mesmo após a contemplação o consorciado permanece pagando valores inferiores dos que seriam desembolsados em um financiamento. Contudo, é importante ressaltar que o consórcio precisa ser fruto de planejamento, já que a retirada da carta de crédito pode levar meses. Com educação financeira e organização orçamentária é possível concretizar sonhos, mas não basta desejar, é fundamental colocar em prática com sabedoria.
*Fabiano Oliveira da Silva, Assessor de Meios de Pagamento, responsável pelo produto Consórcio na Unicred SC/PR