Estamos no início de uma nova revolução na forma com que as empresas fazem negócios e se relacionam com seus stakeholders, sociedade e com o planeta.
Em 2008 quando explodiu a grande crise econômica do século atual, o capitalismo foi colocado a prova e duramente questionado, onde pairam críticas e dúvidas até os dias atuais, sem falar do reflexo imensurável de desconfiança, medo e angústia. O fato é que muitas pessoas começaram a perceber de forma mais nítida o que movia todo o sistema: A ganância descontrolada, o lucro pelo lucro. Nesse sistema para a quase totalidade das organizações imperava a velha máxima de “Os Fins justificam os meios”. Deixando-nos uma pergunta: Qual será o sentido de tudo isso?
A partir desse fato, o mundo não foi mais o mesmo, emergiu desse episódio então um novo consumidor, aqueles que buscam o real significado das organizações, esse público cresce a cada dia, pois sabem que é preciso algo maior por trás do mero consumo. Eles querem adotar marcas que agregam valor, buscam empresas das quais possam defender pelos ideais, por acreditar no que essas empresas acreditam. O exemplo mais emblemático que temos é a gigante Apple, que se tornou objeto de desejo de muitos, simplesmente por acreditar que todos podem “Pensar diferente”, “Desafiando o status quo” de cada um, fornecendo o que as pessoas mais querem, “uma causa para defender”.
A cada dia percebemos que as pessoas estão buscando mais significado, sentido para o que fazem, desde sustentabilidade ambiental até impacto social, as pessoas querem empresas que pratiquem verdadeiramente o bem, não apenas como mais uma ação de marketing, mas sim como algo da essência dessas organizações. Assim nasce uma geração que se resume a uma frase: “Vamos fazer deste mundo um lugar melhor”, e ela quer viver a Era do Propósito.
Percebemos nos últimos anos uma crescente de grandes empresas como (Apple, Disney, P & G, Mac Donald´s) e para citar algumas nacionais (Pão de Açúcar, Algar, Riachuelo, entre outras), que estão mudando o ponto de partida dos seus negócios, estão começando pelo Por quê? Essa pergunta tem uma resposta muito além do lucro, essas empresas incluem sociedade, clientes, meio ambiente no seu núcleo de negócios e não à margem, o fato é que elas primeiro investem energia pensando como podem fazer cada vez mais o bem para as pessoas e para o planeta. Essas empresas encontraram o seu PROPÓSITO !!
Ainda é confuso para muitos o significado teórico e prático do Propósito. Ressalto que Propósito não é a Missão, pois missão é o Que Fazemos Bem, Propósito não é a Visão, pois visão é para onde estamos indo, e Propósito não é uma causa ou ação social. Propósito é sim nossa razão de existir, é o “PORQUÊ” estamos aqui.
Falar de Propósito e Cooperativismo, é conectar-se numa escala ainda maior, pois a origem do Cooperativismo já foi o estabelecimento de um Propósito em si. Cooperativas possuem na sua essência, no seu nascimento o “fazer o bem”. Mas é preciso alertar que temos ao mesmo tempo uma lacuna e uma grande oportunidade, onde a maioria perde a oportunidade de resgatar e disseminar o Propósito, e com isso levar a cultura adiante, para conectar todos os colaboradores, cooperados e comunidade. O propósito já existe dentro de cada Cooperativa, só precisa ser extraído, unificado e uma vez descoberto por TODOS da equipe, cria uma liga que literalmente atrai o time e potencializa o nível de engajamento e realização. Portanto, traz o significado para todos de fazerem o que fazem, pois quando sabemos o Porquê, e ele faz sentido e toca a todos, o time enfrenta e descobre os melhores “como” fazer.
A velha máxima de o que nos trouxe até aqui, não nos garantirá que cheguemos ao futuro, nunca foi tão verdadeira. Descobrir o Propósito não só potencializa o presente, mas garante a perenidade, o Propósito é o que de fato vai tornar a sua Cooperativa única, pois ele nasce das entranhas da organização e nunca poderá ser copiado.
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Autor: Thiago Caetano – Cofundador Instituto Realizare – www.institutorealizare.com.br