Inclusão de jovens nas instituições financeiras cooperativas é desafio global.
Representantes de dez países participaram do 2º Summit dos Comitês Jovem, em Curitiba.
Um mundo sem barreiras, sem preconceito, sem divisão. Esse é o sonho das pessoas que participaram do 2º Summit dos Comitês Jovem do Sicredi nos dias 21 e 22 de maio, em Curitiba. O evento, que contou com a participação de representantes de dez países, promoveu um profundo debate sobre o desafio das instituições financeiras cooperativas no processo de inclusão dos jovens em todo o mundo.
Durante a abertura, o presidente nacional do Sicredi, Manfred Dasenbrock, e o diretor executivo da Central Sicredi PR/SP/RJ, Maroan Tohmé, reforçaram a importância da inclusão dos jovens nos processos de decisão das cooperativas, que valorizam a inclusão social e a gestão democrática. “O cooperativismo é um instrumento da paz. É um movimento de todos. Somos acolhedores e procuramos não deixar ninguém pelo caminho. Isso nos faz melhores, mais humanos”, disseram.
O aumento da participação dos jovens nas cooperativas de crédito é um desafio global capitaneado pelo WOCCU – World Council of Credit Unions (Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito). Para atingir esse objetivo a entidade motiva as instituições financeiras cooperativas de todo o mundo por meio do Steering Committee of Wycup (World Council Young Credit Union Professionals – Conselho Jovem Mundial das Cooperativas de Crédito).
E foi sobre esse trabalho que o presidente do WOCCU, Steve Stapp, falou logo na abertura do evento. Ele apresentou os principais desafios e os projetos de inclusão e diversidade promovidos pelas cooperativas de crédito ao redor do mundo, em países como Haiti, Ucrânia e Quênia. “Temos grandes barreiras para superar, algumas regionais e outras globais. Mas também temos oportunidades que surgem em meio a esses desafios, como a mudança do clima, a inclusão de jovens e mulheres, que desenvolvemos por meio dos nossas redes globais, e as mudanças da tecnologia”, destacou.
Para ele, “a contribuição depende puramente de nossa consciência e nossa disposição de suplicar aos necessitados, mostrar vulnerabilidade e aceitar o apoio de outros, compartilhar sem esperar o crédito, dar tudo de nós e permitir que nosso trabalho duro contribua para o resultado. Por fim, entender que esse controle só pode ser alcançado com uma responsabilidade compartilhada”.
Em seguida, Paul Treinen falou sobre o Programa de desenvolvimento dos jovens cooperativistas – World Young Credit Union People (WYCUP). Atualmente, 671 jovens de 39 países participam das iniciativas do Conselho Mundial. No Summit do Sicredi marcaram presença representantes de Angola, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Síria e Vaticano – demonstrando parte dessa amplitude.
Gisele Gomes, que é membro do Steering Committee do Wycup (World Council Young Credit Union Professionals – Conselho Jovem Mundial das Cooperativas de Crédito), apresentou as formas de os jovens cooperativistas participarem do WYCUP, apresentando alguns cases de anos anteriores. “Temos uma enorme capacidade de mudar o mundo. Basta darmos o primeiro passo”, disse.
Na tarde do primeiro dia de Summit, a advogada e diretora da Vancity Credit Union, cooperativa de crédito baseada na cidade de Vancouver, no Canadá, Niki Sharma, falou sobre a importância de ampliar a visão de diversidade nas cooperativas. “Precisamos realmente ampliar nossa visão e incluir pessoas diferentes na gestão dos nossos negócios. Só vamos melhorar o mundo se pararmos de rotular as pessoas. Quem tem etiqueta é roupa”, alertou.
O psicopedagogo e professor de teologia Enrique Palmeyro seguiu na mesma linha da equalidade, ao apresentar o projeto “Scholas Occurrentes dei Vaticano”, do qual é diretor global. O projeto de autoria do Papa Francisco realça a importância de uma visão integrada de esporte e arte na educação e os participantes do Summit Jovem puderam conhecer alguns exemplos inspiradores.
No segundo dia de evento foram promovidas discussões temáticas dentro do painel “15×15”, que contou com a participação de jovens destaques em assuntos relacionados à liderança e diversidade – entre eles a síria Myria Tokmaji, a empreendedora e autora do livro Mulheres Positivas, Fabiana Saad, e o artista e ativista Kenni Rogers.
O fechamento ficou por conta do fundador do ProjectHub, Lucas Foster, que falou sobre liderança criativa. Ele lembrou que as nações mais competitivas mandam no mundo. “Precisamos nos tornar mais criativos para seguir os exemplos de Suíça, Estados Unidos, Singapura, Israel e outros. Lá os profissionais são mais resilientes, qualificados e inovadores. Estamos muito atrasados em relação a isso. A única virtude que temos na matriz de medida da competitividade é o tamanho do nosso mercado. De resto estamos atrás”, lamentou.
Lucas apontou alguns caminhos para o Brasil evoluir: “Temos que estimular a colaboração, a pesquisa e o desenvolvimento e, principalmente, os investimentos para sermos sustentáveis – economicamente, socialmente e ambientalmente”. Segundo ele, a iniciativa do Sicredi de realizar o Summit Jovem é importantíssima, pois estimula novos líderes a serem protagonistas dessas mudanças necessárias. “Afinal, quem tem acesso e tem relacionamento, nunca vai andar sozinho”, finalizou.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.700 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br).
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.