O Banco Central divulgou o escopo mínimo de dados para a quarta e última fase do open banking, que tem início previsto para o dia 15/12/2021. Essa etapa do ecossistema inclui dados sobre câmbio, serviço de credenciamento, investimento, seguros e previdência. Na data, as instituições devem tornar públicas as informações sobre os produtos e serviços que disponibilizam relacionados a esse escopo. Com isso, o open banking inicia o compartilhamento de um conjunto de informações, além de produtos e serviços bancários tradicionais, o que marca o início do open finance. Dentro dessa mesma etapa, está previsto para maio de 2022 o compartilhamento de dados transacionais referentes a esse escopo, mediante autorização prévia do cliente.
Com o avanço nas fases do open banking, o ano de 2022 deve ser marcado por um avanço ainda maior das cooperativas de crédito, fenômeno que já vem acontecendo. Um estudo divulgado pelo Banco Central, em maio deste ano, mostrou o crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil e como as cooperativas têm respondido às crises de forma diferente dos bancos tradicionais, suavizando os efeitos negativos de recessões. Por exemplo, no Brasil, em 2020, as pequenas empresas que buscaram crédito nos sistemas cooperativos tiveram taxas de sucesso maiores do que junto ao setor bancário. De 2016 a 2020, a carteira de crédito do setor pulou de 2,74% do total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) para 5,1%, passando de R$ 95 bilhões para R$ 228,7 bilhões. O número de associados também aumentou, chegando a 11,9 milhões, em dezembro de 2020. Mesmo com a pandemia, houve crescimento de 9,4% em relação a 2019, e de 42,1% em relação a 2016.
O fluxo mais transparente de informações entre as instituições, promovido pelo open banking, vai favorecer a definição de melhores políticas de crédito e a oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clientes. Estima-se um aquecimento e uma nova cultura de investimento de maneira mais eficiente e transparente a curto, médio e longo prazo, trazendo resultados relevantes em cada etapa. As cooperativas terão a oportunidade de oferecer aos cooperados uma realidade mais acolhedora e, ao mesmo tempo, convergente com essas mudanças. Esse cenário tem total sinergia com a inclusão financeira das pessoas, um dos nobres papéis do cooperativismo.
Como as cooperativas ganham com o open banking?
A burocracia e as dificuldades do sistema bancário convencional favorecem as cooperativas de crédito, que têm a chance de atender às necessidades de quem sofreu e ainda sofre com os efeitos da crise que assola o país. A recuperação da economia depende da retomada dos pequenos negócios e do poder de compra da população. As linhas de crédito oferecidas pelas cooperativas serão essenciais para a sobrevivência das empresas de pequeno porte e a melhora dos indicadores econômicos.
Para aproveitar essa oportunidade e entrar em 2022 com a solidez necessária para fazer parte do movimento, as cooperativas de crédito precisam estar preparadas. Entre os benefícios do open banking, um dos principais é a possibilidade de conceder aos cooperados uma experiência mais agradável com base no perfil de cada um deles no mercado financeiro. A tecnologia é uma aliada neste sentido. A implementação de um sistema de banking as a service, com os benefícios do open banking, não precisa ser necessariamente cara e demorada. A contratação por franquia de serviços é uma solução para que as cooperativas tenham à disposição todos os módulos de um sistema, sem a necessidade de grandes investimentos. Na plataforma da Cashway, por exemplo, a cobrança é feita sobre o volume de transações que aconteceram durante o mês. Ou seja, o cliente só paga por aquilo que usa.
Focada nas cooperativas, a plataforma CashWay Coopcred disponibiliza o suporte necessário para que a instituição possa oferecer um sistema financeiro moderno e seguro para os cooperados. Entre as facilidades estão: cadastro de associados, controle de depósitos, cheques, saques e saldos dos correntistas/associados, distribuição das sobras do exercício automaticamente conforme determinado pela assembleia, controle do cadastro de bens e grupos de bens, depreciação mensal, controle total sobre cadastros, movimentos, conciliação e pagamentos, e cadastros de indexadores diários, mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais e anuais com controle de valor máximo e percentual.
Afinal, por que 2022 será o ano das cooperativas de crédito? A implementação do open banking em um contexto de maior procura por empréstimos será uma oportunidade ímpar para que as cooperativas, dentro da missão de gerar inclusão financeira, cresçam ainda mais. O papel relevante do cooperativismo vai atender as necessidades dos pequenos empresários e, assim, ajudar a recuperar a economia brasileira.
Felipe Santiago, CEO da CashWay