O mercado de trabalho tem se desenvolvido de diversas formas nos últimos anos, e hoje a valorização do colaborador é vista como ponto essencial para um ambiente corporativo saudável. Cientes da importância de colocar os indivíduos na frente dos processos, diversas empresas e organizações se mobilizaram para incentivar o mercado a buscar esse caminho, criando rankings, premiações e outros modelos de reconhecimento para ambientes que, de fato, atuam em prol de seus componentes.
O Great Place to Work, uma consultoria global, atua e apoia organizações para que estas atinjam os melhores resultados através de uma cultura organizacional baseada na confiança, alto desempenho e inovação. Até hoje, a GPTW já certificou ambientes de trabalho em 97 países, além de oferecer orientação para que outras atinjam os requisitos necessários para serem agraciadas com o selo.
Com essa visão diferenciada de como essa relação empregador-empregado deve funcionar no século atual, rapidamente as cooperativas ganharam espaço em rankings e outros prêmios que reconhecem boas práticas nessas áreas. E com a GPTW, não foi diferente. Para Daniela Diniz, Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais na Great Place to Work® Brasil, a conquista de espaço do setor é um reflexo direto do novo do mercado e do mérito das cooperativas em promover espaços de trabalho mais saudáveis antes mesmo do tema ser tendência no contexto macro. “Nos últimos anos tivemos um avanço das cooperativas nos nossos rankings e isso tem acontecido justamente porque a cultura das cooperativas é uma cultura que tem como base a confiança. De uma forma geral, as cooperativas têm uma relação direta com seus colaboradores, de união, de interdependência, de colaboração. O cooperativismo nasce de uma relação de confiança e isso explica por que temos reconhecido tantas cooperativas em nossos rankings”, destaca.
Criadas a partir de uma dinâmica inédita para o mercado na época, as cooperativas sempre buscaram trazer uma forma de observar e exercer os processos de trabalho. Através de seu modelo de participação e decisão coletiva, o setor se consolidou como exemplo para outros negócios, criando um ambiente onde o foco está no colaborador. Neste caso, o cooperado.
Reflexo de sua forma de atuação centenária, as cooperativas têm liderado um movimento de mudança no mundo corporativo. Tal transformação engloba diversas iniciativas, trazendo até mesmo a importância do ESG no contexto atual, principalmente através de seu pilar social, que engloba não apenas clientes, mas também colaboradores. Para Diniz, olhar para as pessoas por trás dos processos é essencial para a longevidade dos negócios, e deve ser pautado de forma incisiva entre gestores e diretorias.
“Sem um olhar atento para o colaborador a empresa corre vários riscos: desengajamento, falta de produtividade, clima ruim, aumento do turnover e até problemas na reputação. No século XXI, num mundo pós pandemia, não dá mais para ignorar o impacto que a gestão de pessoas provoca na produtividade das pessoas e, consequentemente, no sucesso do negócio”, explica.
Para que tal mudança seja efetiva, mensurar práticas e ações pelo mundo todo é vital, criando-se um panorama que não apenas reconhecerá as melhores empresas e organizações, mas principalmente funcionará como um guia para aquelas que querem e desejam integrar esse movimento de transformação que abrange múltiplos setores, culturas e países.
Muito além disso, olhar para esse novo mercado requer uma humanização de processos, elemento que igualmente tem sido abordado e mensurado por rankings como o atualmente desenvolvido pela GPTW. Olhar para novas dinâmicas e realidades é vital para se encontrar os melhores ambientes de trabalho, sobretudo considerando novos elementos surgidos no pós-pandemia, como o trabalho remoto e a rotina híbrida. Para Diniz, observar todos esses elementos é necessário e fundamental, para uma mudança real. Para se criar um ambiente que tenha todas os elementos para uma relação de trabalho saudável, é preciso olhar para todos os aspectos e pormenores.
Somado a esse contexto, observar e abraçar a pluralidade de pessoas que a sociedade possui tem sido fruto de grande transformação nas organizações, movimento que cria uma junção de vozes e origens que estão dando uma nova dinâmica para todos os setores. “As políticas e práticas de gestão de pessoas precisam ser abrangentes, ou seja, alcançar todos os profissionais e não apenas parte deles. Isso já vem acontecendo nas últimas duas décadas e ganha cada vez mais relevância com questões necessárias sendo colocadas à mesa, como os temas relacionados à diversidade e inclusão”, ressalta.
Um novo destaque para as cooperativas
Desenvolvido há mais de duas décadas, o ranking Melhores Lugares Para Se Trabalhar hoje é reconhecido internacionalmente por sua credibilidade, servindo de referência para o mercado de trabalho e para empresas que desejam melhorar as suas práticas. “É um símbolo importante na atração de talentos, afinal, os profissionais buscam empresas que se preocupam em trabalhar bem sua gestão de pessoas – e o que selo GPTW sinaliza é isso: aqui tem uma empresa que está ouvindo seus profissionais e, com base na escuta, está disposta a investir no seu ambiente de trabalho e melhorar cada vez mais”, destaca Diniz.
Por esse motivo, olhar para a grande incursão de cooperativas no estudo é um importante marco para o setor, que vem se igualando ao resto do mercado em questões como estrutura, alcance e faturamento; muitas vezes ultrapassando números alcançados por empresas de modelos concorrentes.
Mas afinal, o que representa para uma cooperativa estão entre as Melhores Empresas Para Se Trabalhar? Para ter um panorama sobre a importância desse reconhecimento para o setor, a MundoCoop conversou com três cooperativas selecionadas pelo GPTW recentemente. Veja a seguir o que elas disseram.
“As certificações das cooperativas Ailos por meio do GPTW é uma conquista que nos enche de orgulho. Elas representam o nosso esforço diário na promoção do desenvolvimento das pessoas e na evolução de um ótimo ambiente para trabalhar. A partir dos dados obtidos pela pesquisa, podemos conectar nossos programas com nosso propósito de transformar vidas, que formam novos profissionais e possibilitam o desenvolvimento de muitos colaboradores. Ou seja, esses esforços fortalecem o que acreditamos com nosso propósito cooperativista: pelo bem das pessoas, cooperamos para transformar vidas.” – Rodrigo Oneda Pacheco, coordenador de Desenvolvimento, Cultura e Clima da Central Ailos – CENTRAL AILOS, certificada pelo selo GPTW NO RANKING JUN/22-JUN/23
“Habitualmente, quando se fala em cooperativa, se aborda o cooperativismo, o compartilhamento, as ações em conjunto, as divisões de ideias e ideais. No ranking da GPTW não poderia ser diferente. Este espírito permeia esta pesquisa e mantém a Unimed-Rio no topo há muitos anos! O propósito e o objetivo comum também contam a favor desta premiação, deixando claro que quando estes existem ajudam nas conquistas e em belas vitórias.” – Alessandra Cabral, Gerente Corporativa de Pessoas e Relacionamento da Unimed-Rio – UNIMED RIO, TOP 10 do GPTW 2022
“Agradecemos a todos os colaboradores que dedicaram um tempo para participar da pesquisa, colaborando com suas opiniões. Temos um time que trabalha com empenho e dedicação para o crescimento da cooperativa, gerando valor aos nossos associados, clientes, parceiros e comunidade” – Jorge Hashimoto, diretor-presidente da Integrada Cooperativa Agroindustrial – INTEGRADA, TOP 11 no GPTW Paraná 2022
Por Leonardo César – Redação MundoCoop (mundocoop.com.br)