Cerca de um terço da população mato-grossense já aposta no cooperativismo pra gerar emprego e renda
Um levantamento feito pelo Banco Central no início deste ano mostrou que as cooperativas financeiras estão ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional e, principalmente, no interior do país. O volume de carta de crédito ativa chegou a registrar alta de 42% em 12 meses.
Durante a edição desta terça-feira (21) do programa Primeira Página, da Centro América FM de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, especialistas financeiros e associados explicaram os possíveis motivos desse crescimento.
As cooperativas financeiras têm crescido em Mato Grosso e já são mais de 170 no Estado, sendo que cerca de um terço da população mato-grossense já aposta no cooperativismo pra gerar emprego e renda.
Segundo Onofre Cesário Souza Filho, presidente do sistema OCB/MT (Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso), a estimativa é que a movimentação continue crescendo nos próximos meses.
“Eu vejo que qualquer população quando pensa em desenvolvimento, uma das grandes opções é o cooperativismo. Essa resposta eu acho que é bastante simples. Então, crescimento, desenvolvimento, desenvolvimento cultural, econômico, social, passa pelo cooperativismo. E isso não é só no Brasil mas no resto do mundo também”, explicou.
Outra forma de cooperativismo que também vem chamando atenção da população, são as cooperativas de crédito, que estão ‘abocanhando’ 30% dos clientes de bancos tradicionais.
Nessa modalidade, segundo o presidente da central Sicredi Centronorte, João Carlos Spenthof, a pessoa cooperada é ao mesmo tempo cliente e associada da organização.
A inclusão financeira e a proximidade com o cliente é um dos diferenciais que chamam a atenção da população pra sair dos bancos tradicionais e migrarem para as cooperativas, como explica Danilo Vicentin, diretor executivo de uma das cooperativas.
“O cooperativismo é um movimento que une pessoas. Isso gera resultados tanto individuais quanto resultados coletivos. Isso significa, na prática, que pessoas e as suas comunidades como um todo, conseguem desenvolver um resultado de forma sustentável. Todo recurso produzido localmente, toda riqueza produzida localmente, são direcionadas pras suas comunidades e isso impacta de forma positiva na economia local” diz Danilo.
A empresária Vanessa Coimbra conta que resolveu sair de um banco tradicional e ir para uma cooperativa de crédito pra deixar de ser cliente e se tornar associada, podendo conseguir mais lucros só com movimentações bancárias.
Ela conta, ainda, que a partir da movimentação financeira – que é algo natural para as pessoas, há retorno para ela com certa rentabilidade.
Um outro ponto interessante no funcionamento das cooperativas são as assembleias realizadas para que os cooperados participem da tomada de decisões da empresa, uma ação de extrema importância para o interesse coletivo, como explica Marco Túlio Soares, presidente do conselho de uma cooperativa da região Sul de Mato Grosso.
Fonte: Primeira Página e mundocoop.com.br