Nos últimos anos o mercado financeiro passou por diversas transformações, muitas relacionadas ao surgimento de soluções digitais que mudaram a forma como nos relacionamos com o nosso dinheiro. Além de uma revolução nas ferramentas, o ecossistema bancário ganhou novos players: fintechs, bancos digitais, startups e outras. E as cooperativas de crédito, com uma longa história de sucesso, podem conquistar ainda mais espaço.
Segundo a pesquisa Fintech Report 2023, feita com clientes de bancos públicos neste ano e conduzida pela empresa Akamai Technologies, 70% dos entrevistados possuem conta em bancos tradicionais e bancos digitais. Em 2020, essa porcentagem era de apenas 37%. Nesse mesmo período, a porcentagem de pessoas que tinham conta somente em banco tradicional caiu de 57% para 21%.
No contexto dos últimos anos, com a pandemia e outros aspectos, o brasileiro passou a usufruir ainda mais das possibilidades dos bancos digitais. E à medida que novos nomes se consolidaram, a confiança coletiva também se elevou. Segundo pesquisa realizada pela Febraban-Ipespe em fevereiro de 2023, 57% dos entrevistados dizem confiar nas fintechs brasileiras. Além disso, essa nova modalidade tem atraído mais pessoas de diversas classes sociais, mesmo diante do desafio de conectividade que o país enfrenta.
Olhando para tal cenário, onde se encaixam as cooperativas? Criadas com um olhar diferente da forma como atuam os bancos, as cooperativas de crédito rapidamente ganharam espaço ao adotarem uma postura diferenciada, colocando-as como uma importante terceira via para o cliente e cooperado. Através da penetração em áreas muitas vezes carentes de opções financeiras, o setor ganhou espaço ao entregar todas as facilidades dos bancos, ao mesmo tempo em que prestam um atendimento diferenciado, que coloca o cooperado no centro.
Agora, em um contexto em que a popularização dos bancos digitais caminha lado a lado com a credibilidade dos tradicionais, as cooperativas conquistam uma nova chance de ampliar sua parcela significativa no mercado, apostando, de uma vez por todas, em inovações disponíveis, aperfeiçoando serviços já oferecidos e alinhando acessibilidade/facilidade/agilidade com atendimento personalizado.
Nova dinâmica
Trazendo um importante passo para diversos setores, a chegada da tecnologia mudou a forma como o mercado financeiro se coloca. Se antes os serviços se concentravam em soluções básicas para o dia a dia, hoje diversas ferramentas e facilidades vieram para dinamizar a vida financeira. Neste contexto, popularizaram-se os pagamentos e carteiras digitais, o PIX, as criptomoedas e nos próximos meses, a moeda digital promete trazer um novo avanço para o mercado brasileiro.
Diante disso, as cooperativas rapidamente buscaram formas de explorar essas novas oportunidades, aliando sua expertise e conhecimento do mercado, com as novidades proporcionadas pelo atual momento. Além das novas opções que o cliente possui, hoje outros aspectos ganharam novas roupagens, com destaque para o atendimento.
Entre os exemplos mais recentes, o Sicoob – maior rede de atendimento físico entre as instituições financeiras no Brasil – passou a utilizar a assistente virtual Alice, criada em 2019. Três anos mais tarde, em julho de 2022, os atendimentos digitais se igualaram a aqueles realizados por telefone, de acordo com Fernando Martinovich, superintendente de atendimento do Sicoob. Por sua vez, o Sicredi e seu assistente Theo, revolucionaram os atendimentos na cooperativa, unindo as facilidades da ferramenta para impulsionar os negócios. Em mais um caso, confirmando uma tendência que veio para ficar, a Unicred firmou parceria para utilizar a solução da Ubots, que hoje responde por 98% dos atendimentos pelo chat realizadas nas unidades da cooperativa, ultrapassando a marca de 45 mil atendimentos mensais. “A parceria nos proporcionou agregar um canal que otimiza o atendimento e oportuniza aos cooperados uma nova experiência de relacionamento com a agente. Ganhamos muito com a possibilidade de monitorar a qualidade através da avaliação de satisfação de cada atendimento”, frisou Pauline Beckel Oliveira, Coordenadora de Relacionamento da Unicred SC/PR, em declaração para a Ubots.
Tal parceria com empresas que propõem soluções neste novo mercado, não é um caso isolado, e as cooperativas buscam no diálogo com o mercado, a forma para que se destaquem diante de outros players. Através da junção com fintechs e da utilização do metaverso como uma visão a frente do mercado, o setor se destaca ao abrir seus portões para que as soluções sejam criadas junto à sociedade, ampliando e reforçando a ideia de que o pensamento coletivo é forma ideal para que as soluções necessárias sejam criadas.
Observando de forma panorâmica o atual cenário, é fato que o mercado financeiro possui uma nova dinâmica, proporcionada por uma revolução digital que vem para trazer novas oportunidades. Neste aspecto, orientar times e lideranças a olharem atentamente para as tendências do mercado interno e externo, deve ser uma preocupação coletiva, de modo a firmar o papel das cooperativas não apenas como mais uma opção de serviço bancário, mas como aquela que realmente trará um diferencial, seja nos serviços e taxas ofertadas ou no simples atendimento diário.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop, com informações de Startupi & Folha de Pernambuco
Fonte: mundocoop.com.br
Para que as cooperativas se firmem como uma opção que trará diferenciais, em relação aos seus concorrentes, é preciso evitar as práticas negativas dos bancos na venda de produtos, buscando conhecer seus cooperados para ofertar produtos adequados às suas necessidades e capacitar seus funcionários para que os atendimentos presenciais agreguem valor.