Cooperativismo brasileiro cresce e já representa 10% da população brasileira

O cooperativismo brasileiro tem mais de 20 milhões de cooperados. Esse é o principal número do AnuárioCoop – Dados do Cooperativismo Brasileiro, lançado ontem pelo Sistema OCB. Na divulgação, realizada durante a abertura da segunda Semana da Competitividade, o Presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou os números recentes do setor, assim como a meta de 1 trilhão de faturamento até 2027.

Neste ano, o AnuárioCoop conta com os resultados da pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) que mediu os impactos do cooperativismo na economia brasileira. “Nosso modelo de negócios está cada vez mais competitivo, contribuindo de forma decisiva para o crescimento do país. O anuário mostra que estamos no caminho certo para alcançar as metas do BRC 1 Tri, gerando R$ 1 trilhão de prosperidade e agregando 30 milhões de cooperados até 2027. A Semana de Competitividade, por sua vez, traz conteúdos que nos ajudam a pensar fora da caixa e a entregar para o mercado muito mais do que ele espera de nós”, destacou Freitas.

Segundo o levantamento, a cada 24 horas, aproximadamente 5 mil brasileiros escolhem ser coop. Em 2022, o movimento alcançou 20,5 milhões de cooperados. “Hoje podemos dizer com orgulho que um em cada dez brasileiros faz parte de uma cooperativa. Faturamos R$ 624 bilhões em prosperidade, um crescimento quase dez vezes maior que o da economia nacional. Outro ponto de destaque do movimento é na geração de empregos. Enquanto o Brasil registrou queda de 26% no número de vagas formais em 2022, segundo o Ministério do Trabalho, o coop teve um crescimento de 6,25%, gerando mais de 524 mil postos de trabalho”, afirmou.

Sobre a pesquisa Fipe, Freitas destacou que os dados confirmam que o quanto o cooperativismo transforma realidades e impacta positivamente diversos segmentos e regiões do país. “Os municípios que contam com a presença do coop registram um o Produto Interno Bruto (PIB), por habitante, com acréscimo de R$ 5,1 mil na renda. Além disso, para cada R$ 1 gasto em bens e serviços, há um incremento de R$ 1,65 no valor da produção. Tudo isso comprova que nosso modelo é o melhor caminho para o desenvolvimento e a prosperidade do país”.

O AnuárioCoop 2023 – Dados do Cooperativismo Brasileiro pode ser conferido na íntegra clicando aqui.

Principais insights

Cooperativas

Segundo o levantamento, o Brasil chegou à marca de 4.693 cooperativas em 2022, ante às 4.880 registradas no levantamento anterior. Nos últimos anos houve uma redução no número de cooperativas em razão de um movimento de reorganização do setor para adaptação às mudanças no mercado, buscando realizar fusões ou incorporações para obterem ganho de escala, maior eficiência e redução de custos operacionais. Esse movimento, que acontece em diversos países do mundo, não significa que o cooperativismo está menor, especialmente quando consideramos o aumento significativo no número de cooperados e de indicadores econômicos. Atualmente, o movimento conta com 2.465 cooperativas com mais de 20 anos de atuação no mercado.

Agropecuário e Transporte possuem o maior número de cooperativas, representando 44%. Já em relação ao número de cooperados, o Ramo Crédito detém mais de 75% do total. O Ramo Agropecuário é o que mais emprega (48%), seguido do Ramo Saúde (26%).

Cooperados

Em número de cooperados, o setor ultrapassou a marca de 20,5 milhões – à frente dos 18,8 milhões registrados ao final de 2021. Com isso, hoje 10% da população brasileira está associada à uma cooperativa, com outras milhões sendo impactadas direta e indiretamente pelo setor. O número é 9% maior que no ano anterior, uma demonstração clara de que a chave do sucesso está na cooperação e na construção conjunta.

Empregos

A pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo na empregabilidade formal. Porém, os números já dão sinais de melhora e a taxa média de desemprego vem caindo e fechou em 7,9% em 2022, representando 8,6 milhões de desempregados (IBGE, 2022). Em contrapartida a esse cenário, o cooperativismo expandiu o número de empregados. Em 2022, os dados da base do Sistema OCB mostram que o cooperativismo gerou mais de 524 mil empregos diretos, um aumento de 6% frente ao ano anterior, evidenciando mais uma vez a capacidade que o movimento possui de gerar trabalho e renda para o país.

Resultados financeiros

Nos municípios onde as cooperativas estão presentes, é possível observar um incremento na arrecadação de impostos, na geração de empregos, na educação e na promoção social. Esse impacto é relevante não só para as comunidades, mas trazem um avanço para toda a sociedade. Em 2022, as cooperativas injetaram mais de R$ 19 bilhões em tributos nos cofres públicos. Isso sem contar nos mais de R$ 25 bilhões referentes ao pagamento de salários e outros benefícios destinados a colaboradores.

Municípios que contavam com a presença de cooperativas apresentavam, em média, um incremento de R$ 5,1 mil no PIB por habitante. Nos empregos, cidades com a atuação do setor observaram, em média, um aumento de 28,4 empregos por 10 mil hab.

Outros recortes

Em 2022, houve crescimento do número de mulheres em relação ao ano anterior, representando 41% dos mais de 20 milhões de cooperados. Os principais ramos do cooperativismo com presença feminina são Consumo, Crédito, Saúde e Trabalho, Produção de Bens e Serviços. E quando analisamos a distribuição de cooperadas nos estados brasileiros, a participação feminina supera a masculina no Ceará, alcançando 58% do quadro social.

É possível observar ainda um aumento da participação feminina na direção das cooperativas em relação a 2021: no último ano, 22% dos dirigentes eram mulheres, sendo os ramos Trabalho, Produção de Bens e Serviços, Consumo, Saúde, Crédito e Infraestrutura os que mais contribuíram para esse aumento.

O cooperativismo possui uma liderança madura, com mais de 56% dos líderes acima de 50 anos, sendo esse percentual maior entre os homens, principalmente nos ramos Agropecuário, Crédito, Infraestrutura e Transporte. E mais de 80% com idade superior a 40 anos.

As pessoas jurídicas constituem apenas 14% do quadro social do cooperativismo, frente aos 86% retratados pela participação de pessoas físicas.

Fonte: Sistema OCB, com adaptação da MundoCoop, mundocoop.com.br

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