A fusão entre cooperativas financeiras continua a ser um desafio significativo para seus líderes e membros, especialmente em um contexto de inserção em um mercado tão competitivo quanto o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
O mercado financeiro brasileiro é reconhecido por sua competitividade e eficiência, em grande parte devido à atuação independente e inovadora do Banco Central do Brasil. Este órgão promove diretrizes regulatórias que fomentam a competitividade das instituições financeiras, sempre buscando oferecer aos cidadãos as melhores opções do mercado.
À medida que as instituições financeiras intensificam seus investimentos em tecnologia e inovação, torna-se crucial para as cooperativas financeiras refletirem sobre a importância de se unirem a outras entidades congêneres. Essa união pode proporcionar economia de escala – resultando em preços mais competitivos para produtos e serviços – e economia de escopo – ampliando a variedade de produtos e serviços disponíveis -, permitindo, assim, oferecer aos membros cooperados as melhores soluções financeiras disponíveis.
É imperativo também realizar uma reflexão profunda sobre a redundância e sobreposição de atividades dentro das cooperativas, onde essas poderiam ser consolidadas em uma única entidade, gerando maior qualidade, segurança e resultados para os cooperados. Essa reflexão também se estende aos distintos Sistemas Cooperativos organizados em dois ou três níveis, os quais poderiam unir forças, inicialmente através do compartilhamento de tecnologia e outras atividades operacionais, fortalecendo-se progressivamente para aumentar sua participação no concorrido mercado financeiro.
Para assegurar a perenidade das cooperativas financeiras, é essencial que se deixem de lado as vaidades pessoais em prol do benefício coletivo, colocando em prática o princípio da intercooperação em harmonia com os demais princípios do cooperativismo.
Ao implementar essa visão de futuro por meio da fusão, as cooperativas financeiras podem se tornar imbatíveis no mercado financeiro. Com acesso à mesma tecnologia e inovação disponíveis para os concorrentes, as cooperativas podem destacar-se pela sua capacidade de compreender profundamente as necessidades dos clientes. Afinal, são os cooperados os verdadeiros acionistas, sendo crucial manter um compromisso com o desenvolvimento da economia local onde as cooperativas estão presentes com suas unidades de atendimento.
Neilson Oliveira é Consultor e Fundador, Eagle Consultants HUB , com 30 anos de experiência no Sistema Financeiro Nacional, atuou como Executivo e Conselheiro em entidades-chave do Cooperativismo Financeiro Brasileiro.
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