O estado do Rio Grande do Sul enfrenta, um de seus momentos mais difíceis, marcado por desafios econômicos, sociais e ambientais. Testemunhamos incrédulos, ao vivo ou pelos meios de comunicação, a força da natureza e a impotência humana frente à tamanha devastação. Nesse cenário, unir esforços é a única alternativa para que a reconstrução ocorra de forma mais rápida e permita que os gaúchos possam retomar suas vidas.
Como o cooperativismo é uma forma de organização que coloca as pessoas no centro, é em momentos de dificuldade que ele se faz mais necessário e presente porque cooperar leva em consideração a ajuda mútua, a responsabilidade e a igualdade. Desde o fim de abril e o início de maio, o Brasil presenciou um movimento gigantesco de solidariedade ao povo gaúcho vindo de todos os cantos do país.
As cooperativas são um exemplo concreto de como a ajuda mútua pode contribuir para a reconstrução
De forma incansável, o brasileiro não mediu esforços para ajudar quem mais precisava. Essa onda de socorro sensibilizou, acolheu e salvou. E essa é a essência do cooperativismo, que vê nas adversidades, uma oportunidade de estender a mão, de lutar por melhoria da qualidade de vida, de reconstruir e de transformar. É como se, desde o início desses eventos climáticos severos, vivêssemos um Dia C a cada 24 horas – data que marca o Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado em todo o mundo no primeiro sábado de julho, em que diversas iniciativas de voluntariado são realizadas pelas cooperativas.
Milhares de pessoas, sem conhecer o próximo, dedicaram e ainda dedicam seu tempo e recursos para ajudar, para fazer a diferença. Isso é cooperar. É por isso que as cooperativas são um exemplo concreto de como o seu trabalho pode contribuir para a reconstrução e a retomada da economia gaúcha. Se a catástrofe no Rio Grande do Sul foi sem precedentes, também está sendo o trabalho coletivo para reconstruir nosso estado. O trabalho está longe de terminar. Presenciaremos ainda, por muitos anos, as marcas do que, hoje, entendemos ser o elemento que aproxima o cooperativismo do povo gaúcho: a resiliência.
Márcio Port, Presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br