Cooperativas de Crédito liberam 90% do Plano Safra via BNDES

Cooperativas de Crédito liberam 90% do Plano Safra via BNDES

Cooperativas de Crédito Operam Liberação Recorde do Plano Safra via BNDES: R$ 5,3 Bi em apenas oito dias

27/07/2025 – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu uma marca histórica logo na largada do Plano Safra 2025/2026: em apenas oito dias úteis, aprovou R$ 5,3 bilhões em crédito rural, contemplando mais de 13 mil operações voltadas à agricultura familiar e empresarial.

A grande notícia, porém, vai além dos números: mais de 90% dessas operações foram realizadas por cooperativas de crédito e bancos cooperativos, consolidando o protagonismo do cooperativismo financeiro como principal canal de execução da política pública agrícola no Brasil.

Recorde com DNA cooperativista

O volume expressivo foi viabilizado com a abertura das linhas de crédito no BNDES a partir de 17 de julho (custeio) e, principalmente, após 24 de julho (linhas de investimento). Em tempo recorde, R$ 1,7 bilhão foi destinado a operações de custeio e outros R$ 3,6 bilhões a linhas de investimento, como Pronaf, Pronamp, Moderfrota e PCA.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cerca de 12 mil contratos nesse período inicial foram operacionalizados por instituições cooperativas. Em sua avaliação:

“O BNDES, por ser um banco de investimento sem agências territoriais, chega ao pequeno agricultor familiar através das cooperativas.”

A fala, registrada durante evento realizado em abril de 2025, reforça uma metáfora potente: as cooperativas de crédito são, na prática, as agências do BNDES espalhadas por todo o Brasil.

Cooperativas de Crédito chegam onde os bancos não chegam

Presente em mais de 93% dos municípios brasileiros, o cooperativismo de crédito é hoje a principal ferramenta de descentralização do crédito rural. Diferente dos grandes bancos comerciais, as cooperativas estão enraizadas em comunidades locais, atuando com governança democrática, conhecimento do território, atendimento personalizado e foco no desenvolvimento sustentável das regiões onde atuam.

Esse modelo permite:

  • Concessão de crédito com menor assimetria de informação
  • Acesso facilitado para pequenos e médios produtores
  • Operações mais ágeis e com taxas mais justas
  • Retorno social com reinvestimento local das sobras

Além disso, o BNDES confirmou que as cooperativas já representam quase 30% de sua carteira de crédito total, o que evidencia sua importância estratégica na execução de políticas públicas e na promoção de inclusão financeira, segurança econômica e redução de desigualdades.

Agricultura Familiar como prioridade

Para o ciclo completo do Plano Safra 2025/2026, o BNDES reservou R$ 70 bilhões, sendo R$ 39,7 bilhões em recursos equalizáveis — dos quais R$ 13,4 bilhões são direcionados à agricultura familiar, com taxas de juros entre 0,5% e 8% ao ano.

Essa ênfase dialoga com o papel das cooperativas: elas são o principal canal de acesso ao crédito para agricultores familiares e pequenos produtores rurais, que muitas vezes não possuem acesso aos bancos tradicionais.

A expectativa do banco é que as cooperativas continuem liderando a contratação dessas linhas, especialmente as voltadas a investimentos em irrigação, sustentabilidade, inovação tecnológica e infraestrutura de produção.

Cooperativismo como vetor de desenvolvimento

O desempenho inicial do Plano Safra 2025/26 é um estudo de caso sobre a eficiência do cooperativismo financeiro como instrumento de política pública. E os motivos são claros:

  • Confiança na base: associativismo e proximidade com o produtor
  • Governança local: conselhos regionais conectados com as realidades do território
  • Eficiência operacional: capacidade de escalar operações sem perder qualidade
  • Impacto econômico e social: renda, empregos, formação e mobilidade social

“As cooperativas são fundamentais para democratizar o acesso ao crédito e fomentar o desenvolvimento local. O Brasil precisa delas para crescer com inclusão.” — Aloizio Mercadante

A liberação recorde de recursos do Plano Safra em tempo tão curto e de forma tão pulverizada não seria possível sem a presença das cooperativas de crédito. Sua capilaridade, credibilidade e compromisso com o produtor transformam recursos públicos em oportunidades reais para quem está no campo — especialmente onde não há alternativas bancárias tradicionais.

Em tempos de reconstrução, desafios climáticos e transformação tecnológica do agronegócio, o cooperativismo de crédito se mostra não apenas necessário — mas insubstituível.


Elaborado pelo Portal do Cooperativismo Financeiro

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