A recuperação econômica e os reflexos no cooperativismo de crédito, por José Maria de Azevedo

As instituições financeiras cooperativas têm sido cada vez mais procuradas, muito em virtude dos baixos juros oferecidos. Com a economia voltando a respirar, as oportunidades voltam a surgir e a esperança se renova. A manutenção da Selic em 6,5% ao ano estimula a economia, pois juros menores proporcionam crédito mais barato, além de incentivar a produção e o consumo.

Para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a principal ferramenta utilizada pelo Banco Central do Brasil (BACEN) é a Selic. Ao definir a taxa Selic, o BC mira na meta de inflação, que é de 4,5% este ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

Os números positivos afloram a confiança daqueles que já são ou pretendem ser empreendedores. A mais recente pesquisa Indicadores, do Sebrae-SP, divulgada recentemente, mostra que as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas fecharam o primeiro semestre deste ano com um incremento de 4,4% no faturamento, em relação ao mesmo período do ano passado. O estudo indica que, na mesma comparação, o comércio apresentou o melhor resultado, com um crescimento de 10,9% no faturamento. No semestre, a receita total das MPEs foi de R$ 366 bilhões.

Para a UNICRED os primeiros seis meses de 2018 também trouxeram resultados satisfatórios. Houve um crescimento de 13,2% nos ativos totais, ante o mesmo período de 2017 e o montante chegou a R$ 11,7 bilhões. Os números expressivos mostram que o cooperativismo de crédito é um projeto socioeconômico fantástico, baseado na cooperação, na liberdade, na democracia, na equidade, na igualdade e na responsabilidade socioambiental. O incremento nas operações de crédito da UNICRED, neste primeiro semestre, foi de 11,7%, totalizando a quantia de R$ 5,3 bilhões. Mas ainda há muito para crescer. Por exemplo, enquanto o market share do cooperativismo de crédito representa 30% do mercado financeiro na Alemanha, no Brasil esse número é de 4%, segundo BACEN, mas há um potencial gigantesco para se fomentar com rapidez e solidez.

Empreender é uma tendência que está cada vez mais em evidência. Melhor ainda se os resultados positivos e a perenidade do negócio se concretizarem. Para quem precisa de estímulo financeiro, o cooperativismo de crédito é uma excelente oportunidade, uma vez que possuem as melhores opções de crédito e financiamento. O momento é de cautela, mas temos de ser otimistas e acreditarmos que, apesar de o caminho ser longo e cheio de desafios, o crescimento do Brasil está ligado ao desenvolvimento do cooperativismo de crédito. Nosso compromisso é a de criar um mundo próspero, sem perdedores.

José Maria de Azevedo é Presidente do Conselho de Administração da UNICRED do Brasil

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