Os bancos grandes precisam de capital por causa de mudanças já em andamento e que estão por vir. Nas discussões do que já se chama Basileia 3, das novas regras pós-crise, já se espera um aumento de até quatro vezes no capital necessário para cobrir o chamado risco de mercado (de descasamento de indexadores nos ativos e passivos dos bancos). Espera-se também que seja necessário mais capital para cobrir risco de crédito.
O próprio Basileia poderia passar de 8% para 11% nos países ricos e subir aqui também, onde o BC já exige um mínimo de 11%. Além disso, acredita-se que os créditos fiscais, que representam bilhões para os bancos, deixem de poder ser usados como capital.
De imediato, já em vigor neste mês, o Banco Central acabou com a possibilidade de as instituições usarem as provisões em excesso para calotes no crédito como reforço de capital. Durante a crise, em 2008, o BC autorizou e foram feitos cerca de R$ 13 bilhões dessas provisões, que ficaram no caixa dos bancos grandes e foram usados como capital. Foi uma das formas de tentar amenizar os impactos da falta de liquidez e de crédito. Agora em abril esses R$ 13 bilhões deixam de ser capital, o que cortaria quase R$ 100 bilhões da capacidade de emprestar dos bancos. É esse aperto que os bancos tentam compensar com as recentes emissões.
Fonte: Valor Online