SÃO PAULO – O Bradesco e Banco do Brasil assinaram hoje memorando de entendimentos com o objetivo de lançar uma bandeira brasileira de cartões e integrar parte de suas operações. De acordo com nota ao mercado, a bandeira brasileira, que se chamará Elo, será de cartões de crédito, débito e pré-pagos para correntistas e não correntistas.
O modelo de negócios inclui a criação de uma empresa para a venda de cartões para determinados grupos de clientes não correntistas e para formatar, em conjunto, novos negócios para cartões private label, via parceiros varejistas. O acordo objetiva ainda transferir para a sociedade a ser criada participações societárias, detidas pelas duas instituições ou por suas subsidiárias na Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS – ou Visa Vale).
Ontem, o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo do BB, Paulo Cafarelli, em teleconferência com a imprensa, disse que o Bradesco e o Banco do Brasil não descartam fazer a abertura de capital da CBSS. “O assunto não é pauta imediata, mas está no radar e pode vir a acontecer”, disse então. “A empresa tem histórico parecido com a Cielo”, complementou, referindo-se à empresa na qual os dois bancos participavam e que fez abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) em 2009.
Na última sexta-feira, Bradesco e Banco do Brasil fizeram proposta de compra da participação do Banco Santander na CBSS e na Cielo pelo valor total de R$ 1,6 bilhão. O Bradesco e o Banco do Brasil passarão a deter, cada um, o equivalente a 28,65% do capital social da Cielo. Na CBSS, a participação do BB sobe de 40,35% para 45,0%, enquanto a do Bradesco passa de 34,33% para iguais 45%.
Bradesco e BB informaram também que estão estudando a possibilidade de transferir suas participações acionárias detidas na Cielo para a nova sociedade a ser criada, observados os interesses dos acionistas, as exigências do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e o estatuto da companhia.
Se concluída a operação, o Bradesco e o BB pretendem criar uma holding que integrará e gerenciará os negócios de cartão. Essa holding, segundo o comunicado, teria como o objetivo, também, “a obtenção de ganhos de sinergia, estruturação de novos negócios de private label, outros negócios afins e construção de um modelo de empresa que possibilite a oferta de cartões com bandeira de atuação em âmbito nacional”. Segundo a nota, a efetivação da operação está sujeita à realização de estudos técnicos, jurídicos e financeiros, à negociação dos documentos definitivos e ao cumprimento das formalidades da lei e dos órgãos reguladores.
Fonte: Estadão