Em uma sociedade altamente individualista, competitiva e eficientista como a nossa, própria do atual contexto de globalização, importa que uma educação cooperativista defina claramente seus objetivos e conteúdos em relação ao tipo de homem e de sociedade que se pretende formar.
Parece válido poder afirmar-se que a educação cooperativista, antes de preocupar-se com a oportunização de estímulos que valorizem os procedimentos organizacionais e produtivistas, bem como as técnicas indispensáveis para uma boa atividade cooperativa, se concentre primordialmente na formação de pessoas solidárias, democráticas, capazes de auto-ajudar-se na base da entre-ajuda, capazes enfim de situar o interesse do grupo pelo menos no mesmo nível de importância do interesse individual e familiar.
Ora, tal tipo de educação e orientação situa-se totalmente na contramão da mentalidade hoje dominante, que fomenta o individualismo, a concorrência desenfreada, o passar a frente e, se for necessário, por cima dos demais, para obter êxito na vida profissional e familiar. A educação para a cooperação e a solidariedade andam assim na contra-corrente dominante e por isso, mais difíceis de serem difundidas junto as organizações cooperativistas e aos empreendimentos solidários.
A educação cooperativista deve propor-se, de ao nível de sociedade, ser um instrumento eficaz na construção de um tipo de convivência social onde a tão alardeada mas pouco realizada democratização de oportunidades, seja acompanhada pela democratização dos resultados atingidos pela sociedade.
Para fazer parte de uma cooperativa, diferente de uma empresa capitalista, é necessário que além de ser capaz na função, saiba exatamente a filosofia do movimento. É impossível falar em cooperativismo e em inclusão social sem ter conhecimento sobre o assunto.
Texto extraído do Jornal Cooperativista do Sicoob Amazônia (Edição 71) e de autoria de José Odelso Schneider