Ademar Schardong fala sobre Governança Cooperativa

Ademar Schardong

O alinhamento do processo de gestão das Cooperativas de Crédito às boas práticas de governança corporativa, mais que uma recomendação normativa, assume dimensões próprias do objeto dessas organizações.

Como instituição financeira, a cooperativa de crédito está sujeita aos riscos decorrentes da sua atividade fim: risco de liquidez, de crédito, de mercado, operacional e de imagem. Mitigar estes riscos e alinhar o processo de gestão às características próprias do tipo societário é desafio presente dos seus líderes e administradores.

Nesta direção, a Lei complementar 130/2010 e a Resolução do 3859/2010 do Conselho Monetário Nacional, estabelecem condições específicas para as cooperativas de crédito, relativamente à estrutura organizacional e de gestão, na esteira do Projeto de Governança Cooperativa apresentado pelo Banco Central do Brasil.

Recomendou o legislador, para a estrutura de gestão das cooperativas de crédito, observâncias aos seguinte critérios:

  • Exigência de segregação das funções estratégicas e executivas às cooperativas singulares, de Livre admissão e de Empreendedores, como a implantação de Diretoria Executiva subvordinada e eleita pelo seu Conselho de Administração;
  • Manutenção do foco na implantação de sistemas de controles internos;
  • A possibilidade de adotar a representação proporcional aos associados nas cooperativas centrais de crédito.

Não obstante, acreditamos que alinhamento do processo de gestão das cooperativas de crédito deve ser forjado a partir das necessidades de preservação do tipo societário (participação qualificada dos sócios no processo de gestão) e da eficácia do seu objeto.

Este último dependente de uma estrutura que leva em consideração os seguintes pressupostos:

  1. posicionamento,
  2. escala mínima para enfrentar os competidores,
  3. atendimento do objeto da sociedade,
  4. eficiência na parestação de serviços e
  5. contratação de operações e geração de resultado que justifique a existência do empreendimento.

Portanto, as boas-práticas de governança nas cooperativas de crédito não estão disponíveis aos seus líderes e administradores, elas se impõem como pressupostos à competitividade, credibilidade e sucesso do empreendimento.

Ademar Schardong é o Presidente Executivo do Sistema Sicredi.

Fonte: Revista Gestão Corporativa

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