A matéria é da Sicoob Credicom de Minas Gerais, a 12ª maior Cooperativa de Crédito do Brasil.
Para manter e fidelizar os clientes conquistados durante a crise econômica mundial, as cooperativas de crédito decidiram expandir as carteiras de financiamentos e os serviços oferecidos. A previsão para o fim deste exercício é de que haja incremento de cerca de 20% no setor em comparação com o ano passado, período em que as instituições apresentaram crescimento significativo em função das oportunidades geradas ao segmento pela crise global.
Nos últimos dois anos, em função da desestabilidade financeira, os principais bancos deixaram de conceder financiamentos às micro e pequenas empresas para socorrer as grandes companhias. No entanto, apesar de o país já ter se recuperado da crise, as cooperativas não registraram retração ou estagnação nos negócios, que apresentaram alta de aproximadamente 30% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2009.
No acumulado de janeiro a setembro, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e Demais Profissionais da Área da Saúde de Belo Horizonte e Cidades-polo de Minas Gerais (Credicom) apresentou expansão de 30% no volume da carteira de crédito, que atualmente é de R$ 170 milhões.
Já os ativos correntes da instituição registraram crescimento de 20% na mesma base de comparação, atingindo R$ 550 milhões no nono mês do ano. Conforme o diretor comercial, José Augusto Ferreira, a base de cooperados, que já chega a 33 mil associados, tem apresentado aumento de 10% ao ano e a estimativa é de que o forte ritmo de expansão permaneça em 2011. A previsão total de crescimento para o ano, segundo Ferreira, é de 35% sobre 2009.
“Aproveitamos o período de crise econômica, em que o volume de negócios do setor cresceu consideravelmente, para expandir os serviços disponibilizados aos clientes, como forma de incentivá-los a continuar investindo na instituição e recorrendo a ela para obter empréstimos”, explicou Ferreira.
Ele destacou que, além de as taxas de juros praticadas em quaisquer modalidades serem menores que as utilizadas pelos bancos, o atendimento personalizado tem contribuído para o aumento no fluxo de negócios.
“Passamos a compreender quais as maiores necessidades dos cooperados. Observando as brechas existentes no mercado, adaptamos nossos serviços, investindo na diversificação dos produtos”, afirmou o diretor comercial. “Tanto para aplicações quanto para empréstimos, os juros da cooperativa são 50% menores que no sistema financeiro brasileiro. Além disso, temos opções para investimentos, como poupança, aplicações em renda fixa e fundo de ações”, exemplificou.
Com relação à concessão de crédito, Ferreira ressaltou que, ao contrário do que era praticado há três anos, as condições para financiamentos estão mais flexíveis. “Agora o associado não precisa fazer um empréstimo para investir apenas em um consultório novo, por exemplo. Possuímos programas de crédito para imóveis residenciais, automóveis, viagens, cursos, crédito consignado em folha, adiantamento do 13º salário e pagamento de imposto de renda e outros tributos, tudo isso com taxas de juros muito inferiores”, pontuou.
Ele informou também que, para suprir completamente a demanda dos clientes, a instituição passou a realizar todas as operações comuns aos grandes bancos. “Temos linhas de seguro de vida, previdência, imóveis e automóveis. Também fornecemos cartões de crédito e débito com programas de milhagens para passagens aéreas. Possuímos, ainda, cheque especial, que oferece até 14 dias sem juros que, aliás, é fixado em 6% ao mês contra 10% cobrado pelos bancos”, comparou. “E, para incentivar os negócios, fazemos promoções. O cliente que utiliza o serviço de débito automático, por exemplo, concorre a barras de ouro”, argumentou Ferreira.
Fonte: Diário do Comércio – Belo Horizonte