As Cooperativas são importantes instâncias de inclusão social nas comunidades e regiões em que atuam. Apesar disto, não é possível utilizar-se do cooperativismo como meio de inclusão social sem que seja conhecida sua filosofia e seu funcionamento.
As cooperativas não possuem um condão mágico para solucionar os problemas sociais, mas sem dúvida são norteadas por princípios e valores que possibilitam o seu funcionamento, movimento este baseado em solidariedade. Por isto o cooperativismo tem um apreço tão grande por um dos seus princípios mais importantes, conhecido mundialmente como “regra de ouro” que é a educação, pois é este princípio que nos proporciona conhecer os demais, bem como os valores cooperativos. Quanto mais ele estiver presente nos processos cooperativos, tanto mais se poderá contribuir para promover a inclusão social.
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Por que as cooperativas são importantes indutoras de inclusão social? Podemos apresentar algumas razões para tanto:
1) As cooperativas são organizações de pessoas livres e conscientes, que se organizam e mobilizam para a realização grupal, coletiva de um objetivo ou finalidade, que de forma individual não chegariam a realizar. Enquanto isto, as empresas capitalistas, expressões lidimas do individualismo, necessitam de capital para constituir-se como empresas;
2) Quando estruturadas em organizações pequenas e médias há um alto nível de confiança recíproca, que pode fortalecer processos de sinergia em prol de ações comuns. A confiança e a transparência recíproca são fundamentais para consolidar os processos participativos e decisórios, em prol de empreendimentos solidários e autogestionados;
3) O poder político e econômico é socializado, onde todos os associados são desafiados a participar, a escolher corretamente seus dirigentes, a decidir coletivamente em prol do bem comum do grupo. Sendo a cooperativa simultaneamente uma “associação de pessoas” e uma “empresa”, os associados são convidados a captarem cada vez mais e melhor quais as necessidades e as dinâmicas internas próprias e específicas de cada uma das duas dimensões. Isto requer uma consciência da complexidade das interações ao nível de associação, como também, ao nível de empresa. Ser um associado ativo, consciente e responsável nas suas decisões e escolhas, requer dele uma percepção das vantagens das ações coletivas, e, por outro lado, uma razoável cultura admiistrativa, para gerir, administrar e decidir corretamente em prol da entidade na sua dimensão de “empresa”.
4) Enquanto no sistema capitalista se manifesta a apropriação privada ou individual dos resultados, e se socializa os prejuízos, nas organizações cooperativas há uma equânime descentralização e distribuição dos resultados. No cooperativismo se divide a riqueza que foi gerada, de forma proporcional e equânime à contribuição efetiva de cada associado na produção do resultado coletivo.
5) Através de uma clara vontade política manifestada coletivamente e grupalmente, as cooperativas conseguem viabilizar formas ágeis de boas parcerias com os poderes públicos municipais e federal na consecução de seus objetivos comuns. As cooperativas podem passar a ser muito bons interlocutores entre as bases populares e os poderes públicos.
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Segundo Roberto Rodrigues, ex-Presidente da ACI Global, “as cooperativas são “a” opção e não apenas “uma opção”, porque geram valor agregado a vida das pessoas…” Pois quando se aposta em prol de uma cooperativa “tem-se a certeza de que
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se vence a exclusão,
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se gera emprego,
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se distribui equitativamente a riqueza e se potencializa a produtividade,
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se decide democrativamente,
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não se atenta contra o meio ambiente,
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se propaga o bem estar no meio comunitário,
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há vinculação com os setores econômicos,
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há a geração de produtos e serviços,
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há segurança e transparência
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de que em primeiro lugar e o mais importante são as pessoas.
Texto extraído do Jornal Cooperativista do Sicoob Amazônia (Edição 71) e de autoria de José Odelso Schneider
Excelente matéria!
Sucesso e prosperidade!
Antonio Pedro