Esta é a primeira vez que a federação será comandada por um executivo não ligado a um dos grandes bancos
SÃO PAULO – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou nesta quarta-feira, 19, o economista Murilo Portugal como seu novo presidente. A posse do executivo deverá ocorrer na terceira semana de março, após assembleia geral que aprovará as mudanças no estatuto social da entidade.
O executivo vai suceder Fabio Barbosa, presidente do Santander Brasil, que está no comando da Febraban desde 2007. Seu mandato se encerra em março. Barbosa também está deixando o comando do banco. A partir de fevereiro, será presidente do conselho de administração do Santander. Já o comando do banco ficará, a partir de 4 de fevereiro, com o diretor geral Marcial Portela.
É a primeira vez na história que a Febraban é comandada por um executivo não ligado a um dos grandes bancos que fazem parte da federação. No início de 2010, a Febraban anunciou que iria profissionalizar sua gestão e contratou uma consultoria para buscar um novo presidente no mercado. O processo levou quase um ano para se concretizar.
“A escolha de Murilo Portugal representa mais um passo importante na profissionalização da gestão da Febraban”, diz comunicado enviado há pouco pela entidade. Segundo a nota, a missão do novo presidente será “dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido no sentido de buscar que o setor bancário tenha as condições e os instrumentos para desempenhar o papel que a sociedade dele espera.”
Desde sua fundação, em 1967, a Febraban tem sido comandada por profissionais indicados pelos grandes bancos. Era um sistema de rodízio que, nos últimos anos, com a concentração do setor bancário, se restringiu a Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Real. Antes de Fabio Barbosa, a Febraban era comandada por Márcio Cypriano, que também era presidente do Bradesco.
Portugal é carioca, formado em direito pela Universidade Federal Fluminense e tem pós-graduação em economia pela Universidade de Manchester. Desde 2006 é funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), no qual ocupa o cargo de subdiretor-geral.
Portugal trabalhou tanto na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva como na de Fernando Henrique Cardoso. Foi por dois anos (2005 e 2006) secretário executivo do Ministério da Fazenda, na época comandado por Antonio Palocci. Quando Palocci caiu em meio a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, Portugal foi cogitado para sucedê-lo. O presidente Lula preferiu indicar Guido Mantega para o cargo e o economista optou por deixar o governo, pois foi trabalhar lá a convite de Palocci. No governo de FHC, foi secretário do Tesouro.
Fonte: Estadão