O LADO BOM DE NÃO SABER: “Reconhecer o desconhecimento sobre certas coisas é sinal de inteligência e um passo decisivo para a mudança”. Para Cortella, devemos ser humildes para dizer que não sabemos ou não conhecemos algo. “Essa é a regra básica para a vida: quando você está no fundo do poço, a primeira coisa que precisa para sair de lá é parar de cavar. E a pá que continua cavando é, ao não saber, fingir que sei”. “Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir. Cuidado com gente cheia de certeza, elas ficam muito satisfeitas consigo mesmo e só ficam fazendo mais do mesmo o tempo todo”. “Uma pessoa humilde sabe que o dela não é o único modo de ser, com um único modo de pensar. Aliás, a pessoa que tem humildade usa o outro como fonte de renovação.”
“Num mundo competitivo, para caminhar para a excelência é preciso fazer o melhor, no lugar de, vez ou outra, contentar-se com o possível. E isso exige humildade e exige que coloquemos em dúvida as práticas que já tínhamos. Porque se as práticas que tínhamos e temos no dia a dia fossem suficientes, estaríamos melhores.” “Para ser capaz de uma mudança cada vez mais significativa e positiva é necessário ter humildade.” O grande pensador alemão Immanuel Kant, no século XVIII, dizia: “avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incerteza que ele é capaz de suportar”.
ESTOQUE DE CONHECIMENTO: quando fala em educação no ambiente empresarial, Cortella diz que “educação continuada pressupõe a capacidade de dar vitalidade às competências, às habilidades, ao perfil das pessoas”. “Investir em cursos, em formação, não significa que a empresa estará mais bem preparada porque não é automático. O contrário é automático: não investir na formação implica uma perda significativa da competência e da qualidade”. “A questão da educação corporativa tem um papel importante na retenção de bons profissionais. Sim. Eu fico no local onde percebo que estão investindo em mim. Isto é uma forma de reconhecimento”.
LEALDADE RELATIVA: reconhecimento é fator decisivo para a permanência de um profissional na empresa. “Ninguém fica num local apenas por conta do salário, mas sua permanência é também condicionada pela capacidade de enxergar a finalidade positiva do que faz, do reconhecimento que obtem, do bem-estar que sente quando seu trabalho é valorizado e se percebe ali a possibilidade de futuro conjunto.”
FUNDAMENTAL É CHEGAR AO ESSENCIAL: “Há uma mudança em curso no mundo do trabalho. As pessoas estão começando a fazer uma distinção necessária entre o que é essencial e o que é o fundamental. Essencial é tudo que você não pode deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. No mundo da empresa, salário não é essencial, é fundamental. O que eu quero no meu trabalho é ter minha obra reconhecida, me sentir importante no conjunto daquela obra.”
AQUILO EM QUE ME RECONHEÇO: uma das principais tarefas do líder é esclarecer a obra coletiva. “O líder é aquele que obtem satisfação procurando satisfazer a obra e os outros. O líder é aquele que inspira as pessoas, que anima as pessoas a se sentirem bem com o que fazem”. Existem duas características precípuas da liderança: o líder não nasce pronto, ele se forma. E liderança não tem a ver com idade, tem a ver com experiência. “Isso significa também que quando você lidera pessoas é adequado, sim, colocá-las não na fogueira, mas numa experiência intensa. Porque, ao intensificar a experiência, ela cresce e se fortalece.”
COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS NA ARTE DE LIDERAR: “Líderes são homens e mulheres que ajudam indivíduos e equipes a fazerem a travessia rumo ao futuro. Atualmente, a necessidade não é estar partindo o tempo todo, mas sim estar preparado para partir.” “O líder deve ficar atento àquilo que muda e estar sempre disposto a aprender”.
Ao final do livro Cortella menciona um ditado chinês: “Quando dois homens vem andando na estrada, cada um carregando um pão, e trocam os pães quando se encontram, cada um vai embora com um pão. Mas, quando dois homens vem andando na estrada, cada um com uma idéia, e ao se cruzarem trocarem idéias, cada um vai embora com duas idéias”.