Juros menores e relação próxima com cliente ajudam a explicar aumento
A crise econômica abalou a imagem de instituições financeiras, mas favoreceu as cooperativas de crédito. As 1.370 existentes tiveram aumento de 30% no volume de ativos, que foram de R$ 52,8 bilhões em 2009 para R$ 68,7 bilhões no ano passado.
Entre os impulsionadores desse aumento estão as micro e pequenas empresas, assinala Sílvio Giusti, gestor da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Segundo ele, foi às cooperativas que elas recorreram na crise, quando o crédito nos bancos se reduziu.
As relações de confiança também explicam o fortalecimento da modalidade, avalia Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Dirigidas e controladas por associados, as cooperativas oferecem atendimento personalizado e distribuição das sobras, como é chamado o lucro líquido. Também têm praticamente os mesmos produtos que os bancos de varejo, mas praticam juros menores, já que os recursos vêm dos associados.
Foi a diferença na taxa de juros que pesou na decisão do sócio da corretora de seguros Miranda & Fontana, Élcio Fontana.
Ele buscou empréstimo para capital de giro no fim de 2010. No banco do qual é “correntista antigo”, conseguiu taxa mensal de 3,8%. Na cooperativa da qual é associado, fechou por 2%.
Fontana faz parte da Sicoob Central Cecresp, e afirma que a instituição funciona como um banco, com linhas de crédito, cheque especial e cartão de crédito.
Apesar de se dizer entusiasta do sistema de cooperativas, ele tem críticas: não há tantos quiosques 24 horas para saques e outras operações, como nos bancos de varejo.
Fonte: Folha de São Paulo
Precisamos avaliar com cuidado. Crescimento de crédito, às vezes, pode não pode ser um bom indicador. Pelo contrário, pode ser indicador de mais endividamento. Por isso, comemorar crescimento de crédito nem sempre é um bom negócio. Quando os bancos reduzem a pferta de crédito, têm seus motivos.