O emprego das boas práticas de governança corporativa está entre os princípios estratégicos da moderna administração organizacional do cooperativismo de crédito. O processo faz parte de um investimento do sistema na profissionalização e na capacitação de seus quadros. Traduzida de uma forma simples, a governança proposta pela Resolução 3.859/10, do Conselho Monetário Nacional, sugere um ambiente favorável para o tratamento dos interesses dos dirigentes e cooperados. O assunto foi pauta de uma reunião do Conselho Consultivo de Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (Ceco/OCB) com representantes do Banco Central do Brasil (BC), nesta terça-feira (23/8), em Brasília (DF).
Um dos papéis da governança é fortalecer a atuação do Conselho de Administração como órgão estratégico da cooperativa, com a missão principal de traçar, a partir das expectativas dos associados, as orientações aos diretores executivos. Para o gerente de Relacionamento e Desenvolvimento do Cooperativismo de Crédito da OCB, Silvio Giusti, a governança valoriza a transparência e favorece o processo de prestação de contas para as cooperativas. “Faz parte da evolução e do aperfeiçoamento administrativo necessário para atuar num mercado cada vez mais competitivo”, acrescentou.
A necessidade de profissionalização do setor tem como aliado o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), segundo Giusti. “Os dirigentes e todos os envolvidos com a cooperativa precisam estar bem preparados para colaborar nas decisões da instituição e assumir uma nova governança corporativa”, afirmou.
Nesse cenário de profissionalização e crescimento, o representante do Ceco, Manfred Dasenbrock, acredita que muitas cooperativas, inclusive as que ainda não foram alcançadas pela nova norma, podem “pegar carona” no processo. “A adesão das cooperativas à aplicação dos princípios contidos na Resolução 3.859 é, sem dúvida, uma oportunidade de melhorar a governança e de beneficiar cooperados de todo o país”, disse.
Durante a reunião, também foi discutida a proposta de criação de um único Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para as cooperativas. “Apesar de muitas já contarem com um fundo, a proposta de unificação levaria ao fortalecimento do setor e contribuiria para a mitigação de risco sistêmico. Atualmente, o FGC não oferece cobertura aos depósitos de associados de cooperativas de crédito. Cada sistema cooperativo possui um fundo próprio para atender às necessidades dos cooperados”, explicou Dasenbrock.
Fonte: OCB