A formação das cooperativas de crédito está baseada no conceito de “elo”. As cooperativas são uma sociedade de pessoas, em uma união voluntária, com forma e natureza jurídica próprias, assim constituída para prestar serviços exclusivamente a seus associados. E mais: são modelo alternativo, que privilegia o valor pessoal do associado em relação ao valor do lucro, sempre alicerçadas em fortes valores éticos. O segmento de crédito exibe cooperativas com diferentes configurações. Todas, no entanto, envolvidas num objetivo comum: proteger o associado, oferecendo-lhe assistência de crédito e prestação de serviços financeiros de um modo mais simples e favorável do que o praticado por outros segmentos do setor financeiro. Esta é a força do cooperativismo, como reconheceu a Organização das Nações Unidas (ONU) ao declarar 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo, que terá como tema “As empresas cooperativas ajudam a construir um mundo melhor”.
Neste contexto favorável, o cooperativismo de crédito no Brasil tem experimentado um crescimento vigoroso e acentuado. Um sistema organizado de crédito cooperativado relacionado ao setor da saúde tomou forma ao longo dos últimos 20 anos, criado com o objetivo de congregar as profissões habilitadas do setor e as empresas igualmente afinadas com o ramo. Desde sempre, a meta idealizada era a de que o sistema fosse instrumento financeiro de todo o setor da saúde. Opera com ativos oriundos dos próprios associados que são aplicados nos profissionais e/ou em suas empresas. A consolidação do sistema de crédito está alinhada às necessidades que o mundo de hoje, e do futuro, nos coloca em relação a termos uma educação financeira pessoal e profissional sólida e usufruirmos uma boa gestão dos recursos adquiridos com o trabalho. Por isso, as cooperativas de crédito voltadas para segmentos específicos, cada vez mais, tornam-se mecanismos importantes na compreensão das questões socioeconômicas.
Fonte: Jornal do Comércio
Por Paulo Abreu Barcellos – Médico e presidente da Unicred Porto Alegre