O Itaú estaria negociando a compra das operações do HSBC no Brasil, ou pelo menos parte delas. Segundo operadores do mercado financeiro, o banco brasileiro poderia fechar negócio pela totalidade do HSBC, ou apenas pela financeira do banco, a Losango. Procurados pelo iG, tanto HSBC quanto Itaú negam a informação.
De acordo com fontes, os rumores no mercado financeiro sobre a compra se intensificaram depois que o HSBC começou, a conta gotas, a anunciar a intenção de se desfazer de operações em países nos quais não é líder. O Itaú passou a ser apontado como principal interessado após a notícia, no final de setembro, de que o banco comprou a carteira de clientes Premium do HSBC no Chile. A informação é do jornal chileno El Mercurio.
Em maio, o novo presidente do HSBC anunciou a intenção de cortar gastos na divisão de varejo do banco, em uma tentativa de fazer o grupo financeiro reduzir US$ 3,5 bilhões (aproximadamente R$ 5,6 bilhões) em custos e retomar a lucratividade.
As vendas e cortes começaram a aparecer em agosto, quando foi anunciada a venda das divisões de serviços de varejo e cartão de crédito nos EUA e de 195 agências naquele país. Em seguida, o banco informou que vai eliminar 30 mil empregos, enquanto se retira de países onde está enfrentando dificuldades para competir.
O HSBC é o maior banco europeu em capitalização de mercado. No Brasil, ocupa a sexta colocação em ativos, atrás de Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, CEF e Santander, segundo números do Banco Central.
No primeiro semestre de 2011, o lucro líquido do HSBC dobrou em relação a igual período do ano passado, beneficiado pela redução dos encargos com depreciação. O lucro líquido do banco no primeiro semestre foi de US$ 6,76 bilhões, cerca de R$ 11,8 bilhões, ante US$ 3,35 bilhões, cerca de R$ 5,8 bilhões, em igual período do ano passado. Já o lucro antes de impostos foi de US$ 11,1 bilhões, ante os US$ 5,02 bilhões do primeiro semestre de 2009.
Em nota, o HSBC nega “veementemente” as informações. “O papel prioritário do HSBC Bank Brasil na estratégia global do Grupo HSBC de ser o banco de comércio e conectividade internacional de escolha nos 86 países onde está presente foi confirmado inequivocamente pelo novo presidente mundial do banco britânico, Stuart Gulliver, durante sua primeira visita oficial ao Brasil há duas semanas”, diz o banco na nota.
Na sua passagem pelo país, Gulliver teria dito em entrevistas à imprensa brasileira que grupo fará nova injeção de capital em suas operações brasileiras no primeiro trimestre do ano que vem para aumentar a oferta de crédito para pequenas, médias e grandes empresas brasileiras. O banco reforça que o Brasil é atualmente a terceira maior fonte do lucro bruto da HSBC Holdings, depois apenas de Hong Kong, origem de sua fundação, e Reino Unido, para onde foi transferida sua sede em 1993
Fonte: IG Economia