O cooperativismo é um modelo de organização econômica que reúne pessoas com objetivos comuns e tem atuação em 13 setores da economia. O cooperativismo consegue extrair o que existe de bom no capitalismo, enquanto gerador de negócios e lucros, e o que existe de bom no modelo socialista, que é a preocupação com o atendimento dos interesses sociais.
Uma cooperativa de crédito é uma instituição financeira mantida pelos próprios associados (cooperados), que exercem ao mesmo tempo o papel de donos e usuários. As cooperativas são eficientes para o fortalecimento da economia, democratização do crédito e desconcentração de renda. São as cooperativas que mais tem condições de fomentar o acesso bancário da população a preços justos.
Preços justos e desenvolvimento regional
As cooperativas do Sistema Sicredi possuem todos os produtos e serviços que também estão disponíveis nos bancos tradicionais, orientadas a ofertar preços justos e em muitas situações, inferiores ao mercado bancário, afinal, seu “cliente” é o dono da cooperativa.
As cooperativas do Sicredi proporcionam o desenvolvimento da região em que atuam, uma vez que todas as aplicações realizadas pelos associados na cooperativa são revertidas para outros associados da mesma região, através de empréstimos. Este modelo difere da prática dos bancos que canalizam 70% dos recursos captados em nossa região para o sudeste do Brasil, onde conseguem emprestar tais recursos em montantes maiores do que se emprestassem pulveriza-damente em nossa região.
Distribuição das sobras
Além de praticarem preços justos, tanto na compra como na venda dos produtos, nas cooperativas existe também o diferencial da distribuição das sobras ao final do ano. Em qualquer das situações, seja através da prática de preços justos ou da distribuição das sobras, as cooperativas praticam a distribuição regional da renda, mantendo em nossa região o lucro que seria levado pelos bancos para outros estados do país. Esta renda é potencializada pelo efeito multiplicador da moeda, visto que, tais recursos ao circularem no município ou região em que foram gerados, propiciarão novos negócios, novos investimentos, novos empregos e mais renda para as próprias comunidades.
Alguns números
Em franca expansão, as cooperativas de crédito como o Sicredi vêm a cada ano conquistando mais espaço no mercado financeiro. Apenas no Rio Grande do Sul 1,2 milhão de pessoas são associadas a uma Cooperativa de Crédito, representando 17,3% da população economicamente ativa. Em nível nacional as 1.370 cooperativas de crédito participam com 2,2% do mercado financeiro, movimentando mais de R$ 105 bilhões em ativos. No Rio Grande do Sul esta participação chega a 10%.
Na Itália, o cooperativismo de crédito atinge 34% do volume de recursos do país, representado principalmente pelo Banche Popolari (o 4º maior do país).
Aproximadamente 28% da população italiana tem vínculo com uma instituição financeira cooperativa.
Na Alemanha, encontramos mais de 46 milhões de pessoas ligadas a cooperativas de crédito (57% da população), que respondem por 20% de todo o movimento bancário naquele país. Se atravessarmos a fronteira, na Holanda, mais de 40% da movimentação financeira é realizada através de cooperativas de crédito. A França tem a maior expressão do cooperativismo crédito do mundo, onde 60% dos recursos financeiros são movimentados pelos 4 sistemas cooperativos existentes. O francês Credit Agricole, maior banco cooperativo do mundo, figura como 9º colocado na lista dos 50 maiores bancos mundiais.
Na Europa praticamente metade das instituições financeiras são cooperativas.
Trabalhe você também pelo fortalecimento do cooperativismo
Fonte: Matéria publicada no Jornal Pioneiro de Caxias do Sul (encarte de 10/10/2011)