Reconhecemos a relevância das etapas de concessão, recebimento e cobrança do crédito, mas consideramos mediano o atual modelo de validação de classificação de risco do crédito, pois seu processo só o atualiza uma única vez após o fechamento do mês. Além do que, só demonstra as alterações nos níveis de riscos no início do mês subseqüente. Portanto, não é boa prática comercial tomarmos decisões baseado em informações com mais de 30 dias de retardo. A manutenção deste formato corrompe a boa gestão da carteira de crédito e pode impactar sobremaneira nossos resultados, já que apenas nos “permite” agir quando o cliente agrava sua classificação de risco e eleva sua provisão.
Mas com criatividade, vontade e processos simples suavizaremos este descompasso através de acompanhamento pró-ativo de nossos devedores. Tudo para nos alinhar a antiga máxima do crédito massificado: O primeiro que cobra é o primeiro que recebe, e reforça suas garantias.
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Falta-nos acompanhamento:
Com a rápida maturidade do crédito de varejo massificado percebemos muita atenção no processo de concessão do crédito. Depois, inexplicavelmente, elegemos o devedor como o único responsável pela dívida. Como se o problema de uma eventual inadimplência fosse só dele. Este seria o melhor dos mundos, mas não é assim que funciona. Lembremo-nos que nosso maior compromisso é com a manutenção do grau de confiança em nós depositado por aqueles que aportaram recursos na singular, e, portanto, é também nosso dever sermos eficazes em todas as etapas do crédito, inclusive no acompanhamento.
Visando suavizar o impacto da inadimplência em nossas gestões, devemos estar antenados aos sinais emitidos cotidianamente pelo devedor quanto a sua saúde financeira. Este acompanhamento nos permitirá mais coerência e pró-atividade na gestão deste sensível tema. Este artigo chama a atenção para os inúmeros sinais da vida financeira dos nossos clientes devedores que podem apontar um eventual risco no recebimento do crédito e subsidiar nossas novas concessões creditícias.
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Risco “ i ”:
Apresentamos a você o Risco “ i ”, um inovador e relevante conceito de risco de crédito. Resolvemos criá-lo, pois em nossas consultorias e capacitações é usual vermos o não acompanhamento detalhado dos créditos concedidos. Este descuido potencializa perdas relevantes, mas não ganha notoriedade dos gestores por não afetar as provisões no curto prazo.
Escolhemos a nomenclatura: Risco “ i ” por dois motivos. O primeiro é porque facilita a memorização e sua correlação com os temas afins a provisão, é ser a próxima letra do alfabeto após os formais riscos: a, b, c, d, e, f, g, h . O segundo motivo é que o Risco “ i ” explicita a expressão sonora “ i i i i i i i i i i i ” que usualmente emitimos quando queremos sinalizar que algo está começando a degringolar.
Na prática o Risco “ i ” visa alertar a Singular de uma potencial deterioração do crédito através dos primeiros sinais emitidos pelo cliente. Estes sinais sabidamente demonstraram um fato anormal na vida financeira do cliente que merece ser analisado e acompanhado pelo seu gerente, para que possa entendê-lo, evitá-lo ou mitigá-lo.
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Alguns dos usuais sinais que potencializam um Risco “i”
A lista abaixo não tem a pretensão de relacionar todos os possíveis sinais de Risco “ i ”, já que dependem diretamente das especificidades das praças, das singulares e dos fluxos financeiros dos clientes. Mas certamente irão permitir uma melhor compreensão do conceito macro do Risco “i”, que se resume em acompanhamento pró-ativo dos sinais financeiros dos devedores, sendo que muitos deles podem ser facilmente implementados pela sua área de TI. Abaixo alguns Riscos “i”:
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O primeiro Adiantamento a Depositantes (AD)
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Recorrentes Adiantamentos a Depositantes (AD)
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Adiantamento a Depositantes (AD) em conta corrente recente
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Cheque devolvido (alíneas: 11, 12, 21), em especial em conta recente
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Uso do limite de Ch. Especial (mesmo que parcial) para liquidar parcelas de dívidas, ou para honrar outros débitos de tarifas, débitos automáticos, outros convênios…
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Atraso em crédito com menos de 1/3 do prazo decorrido ou em menos de seis meses após concessão do crédito parcelado
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Inadimplente já na primeira parcela (possibilidade de golpe)
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Inadimplente de composição ou renegociação
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Não cobertura do limite de cheque especial nos últimos 30 dias
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Limite do cheque especial com uso maior que 60% nos últimos 31 dias
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Sem depósitos de suas receitas mensais, nem 50% de sua renda declarada
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Redução no número de movimentação a crédito em conta corrente
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Renovação de créditos rotativos (conta garantida), pagando apenas o mínimo legal
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Cartão de crédito com mais de 50% refinanciado (em especial os novos)
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Cartão de crédito com pagamento mínimo
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Exclusão do débito automático do cartão de crédito ou outros
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Freqüência diária na agência para solucionar problemas de sua má gestão
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Elevação do ticket médio/concentração dos títulos descontados (incluindo cheques)
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Redução e/ou Alongamento dos títulos descontados
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Pedido de aumento de limite de cheque especial s/ razão plausível, estando usando cheio
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Cancelamento de seguro (especialmente de vida)
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Solicitação de alongamento da dívida, antes de 50% do prazo
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Estoque excessivo de talão
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Pedido de crédito dando como garantia bens próprios, visando levantar recursos
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Cliente elevadamente devedor e que aceita facilmente “comprar” soluções menos nobres
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Cliente totalmente alheio a taxa e tarifas relativas ao novo crédito desejado
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Reclamação rotineira do atendimento de outra Instituição Financeira
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Empresa antiga com excesso de rotatividade de empregados
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Dificuldade recente em fornecer documentação (pessoal ou da empresa), etc.
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Sugestão de possíveis ações após a sinalização para evitar Riscos “ i ” :
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Acompanhamento pontual
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Entrevista pró-ativa com atitude corretiva
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Refazer cadastros com menor periodicidade de clientes com crédito novos ou de vultos
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Validar ciclicamente nos bancos de restritivos os clientes de crédito novos ou de vulto
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Reconhecer grupos econômicos (de fato e direito)
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Implementar check-list para desconto de cheque
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Capacitar o Caixa para a função também de “perdigueiro de cheques”
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Desenvolver expertis para visitas comerciais de concessão e acompanhamento de crédito
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Validar se o avalista tiver a mesma fonte de renda
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Sempre ter em mente que o capital social e sobras podem vir a suavizar nosso risco
Reflexão final: O Risco “i” é um tema intrigante e que mina os resultados das Singulares, e neste breve artigo apresentamos sua relevância de forma lúdica, sem deixar de sermos assertivos. Ele se baseia no acompanhamento astuto do crédito através do cotidiano e da vivência dos gestores e de sua equipe junto a estes clientes. A carência de tecnologia em nosso modelo de negócio é fato, mas não podemos usá-la como muleta para não iniciarmos imediatamente nossas soluções criativas para minimizar a incidência de Risco “ i ” em nossa carteira.
O Risco “ i ” é um dos temas tratados em nosso curso de: Crédito e cobrança e de Visitas comerciais
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Ricardo Coelho Consult www.ricardocoelhoconsult.com.br Consultoria de Gestão e Capacitação Comercial para o Cooperativa de Crédito
Bom dia !
Essa dica é muito positiva …. pro ativa,
Obrigado, NILTON
Excelente o artigo do Ricardo Coelho, não só concordamos totalmente com esse modelo de acompanhamento como estamos criando, na Unicred, mecanismos de controle diário do risco dos nossos associados.