O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a instituição trabalha para tornar o cooperativismo de crédito mais robusto no futuro, sem abrir mão das “bases sólidas”.
“Uma regulação ajustada, que reflita a evolução do sistema cooperativa de crédito, com visão a equilibrar direitos e obrigações”, disse.
A afirmação foi feita no lançamento da agenda legislativa do cooperativismo na noite da última terça-feira. O evento reúne lideranças do setor, representantes do governo federal e de outras instituições e integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo, composta por 255 parlamentares.
“Há um chão a ser percorrido. O cooperativismo de crédito, mesmo com todos os avanços, ainda representa uma parcela pequena no sistema financeiro nacional e ainda não chegou ao nível potencial“, afirmou Tombini aos presentes.
Ele acrescentou que a participação do cooperativismo de crédito no sistema financeiro nacional poderia ser mais próxima de 10%, o que aumentaria a capilaridade do sistema, incentivaria a concorrência por tarifas mais baratas e diminuiria o nível do spread.
Tombini citou que a participação média nacional do cooperativismo de crédito está aquém do potencial. “No Rio Grande do Sul, a participação está numa faixa de um dígito mais próximo de 10, algo em torno de 8 ou 9 por cento. E isso que deveria ser a média nacional”, sustentou.
As cooperativas de crédito também contribuem para o processo de inclusão financeira, ressaltou Tombini. De acordo com o presidente do BC, dos 5.500 municípios atendidos pelo sistema financeiro nacional, 500 só contam com a presença de cooperativas de crédito.
Tombini afirmou também que as cooperativas passaram bem pela crise de 2008 e foram importantes para a “reciclagem da poupança local” num nível de endividamento muito menor.
Entre as ações de regulação “ajustada” recentemente impostas ao segmento, Tombini citou a adesão, por 97% das cooperativas, ao regime prudencial simplificado. Segundo ele, em dez anos, o número de participantes das cooperativas avançou de 1,5 milhão para 5,5 milhões.
Fonte: Valor Econômico