De acordo com pesquisa da associação de consumidores Proteste, os clientes estão tendo dificuldade em contratar financiamento com as taxas mínimas divulgadas nos bancos públicos e privados que promoveram queda nos juros (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, HSBC, Itaú e Bradesco).
Conforme a associação, em visitas às agências de São Paulo e do Rio de Janeiro nos dias 23 e 24 de abril, os pesquisadores tiveram dificuldades para obter simulação de financiamento para não clientes, no caso do HSBC. A transferência da conta salário para o banco é exigido pela maioria deles na hora do pedido de crédito, assim como é levada em conta a renda e o histórico do cliente na hora de definir a taxa de juros a ser oferecida, diz a Proteste, que considera que, por esses motivos, é importante pesquisar também as taxas máximas oferecidas.
A Proteste simulou o financiamento de um Gol GV 1.0 Flex 4p 2011 zero km em 24 vezes nas cinco instituições e constatou que, na Caixa, para obter as taxas mínimas há uma série de exigências como prazo de financiamento, tempo de conta na instituição e número de parcelas. No Bradesco, a taxa mínima de 0,97% só é válida no caso de o cliente dar entrada de 50% do valor do carro e fizer o parcelamento em, no máximo, seis meses, segundo a Proteste.
Segundo a associação, na comparação das taxas de abril com as de fevereiro, não houve mudança significativa e em alguns casos, a taxa chegou a ser maior do que a verificada anteriormente. Em fevereiro, a taxa para o financiamento do mesmo carro no Bradesco era de 2,45% ao mês e, nesse mês, foi de 2,22% na agência de São Paulo, e de 2,04% na agência do Rio de Janeiro.
Os juros praticados na Caixa chegaram a ser piores do que encontrados em fevereiro; enquanto a taxa anterior variava entre 1,66% e 2,6%, hoje o mesmo financiamento é feito com uma taxa de 1,70%, diz a Proteste.
No caso do rotativo do cartão de crédito no banco Itaú a nova taxa mínima, de 3,85%, é praticada somente nos casos de novos clientes e não houve alteração para quem já é correntista, conforme o levantamento enquanto no Bradesco as novas taxas dependem da linha do cartão do cliente. Um cliente com renda mensal a partir de R$ 3.100 teria acesso a um cartão em que a taxa do rotativo permanece a mesma, 15% ao mês, quase 440% ao ano, diz a associação.
No caso de empréstimo pessoal, o levantamento constatou que taxa informada para o empréstimo pessoal no Bradesco chega a 7,31% e dependem da renda e do relacionamento com o banco. No Banco do Brasil, as taxas irão variar de 1,99% a 5,8%, mas os valores mínimos são válidos somente são válidos para os que levarem o salário para o banco. No Itaú a taxa informada para o empréstimo pessoal é 3,55%, mas também é válida somente para novos clientes que receberem o salário pelo banco, completa a associação.
Procurada, a Caixa Econômica Federal ainda não se manifestou sobre a pesquisa. Segundo a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco, as novas taxas de juros começam a valer apenas no dia 02 de maio. Em nota, o Banco do Brasil afirmou que “diferentemente do que informou a Proteste, as taxas de juros para empréstimo pessoal no BB (BB Crédito Automático) foram reduzidas de 3,39% a 6,79% ao mês, para o intervalo de 1,99% a 5,80% ao mês e são válidas para todos os clientes do Banco do Brasil.”
O banco HSBC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não oferece financiamento de veículos para não-correntistas. O Banco Bradesco afirmou que a taxa mínima do crédito pessoal foi reduzida de 2,66% para 1,97% ao mês e a taxa de 7,31% refere-se ao limite de crédito pessoal rotativo disponível na conta do cliente. “Isto significa que o cliente tem opções de financiamento mais em conta na rede de agências”, diz nota. No financiamento de veículos, a taxa mínima do banco caiu de 1,35% para 0,97% ao mês, com 40% de entrada e prazo de até 12 meses, conforme a assessoria. “As condições estipuladas para o cliente podem sofrer alterações conforme perfil e relacionamento”, completa.