Empréstimos do banco holandês no Brasil somam US$ 4,5 bilhões e são destinados sobretudo ao setor de açúcar
Londres, 28 – O Rabobank pretende dobrar a carteira de financiamentos ao setor do agronegócio no Brasil nos próximos anos, afirmou Tom van Nimwegen, diretor do banco no País. Atualmente, o portfólio de empréstimos soma US$ 4,5 bilhões.
Desse total, perto de 40%, ou US$ 1,8 bilhão, destinam-se ao segmento de açúcar, uma das principais apostas. Trata-se da maior carteira para o setor do banco no mundo, com capacidade de dobrar de tamanho em três a cinco anos. “O segmento de açúcar é um dos mais estratégicos para nós”, disse à Agência Estado.
A perspectiva é de que a capacidade instalada de moagem de cana-de-açúcar no País duplique dos atuais 600 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas até 2020. O objetivo do Rabobank é acompanhar esse avanço.
Hoje, a atuação do Rabobank está mais voltada para o alongamento de dívidas e financiamento do capital de giro dos clientes, já que os investimentos no setor seguem praticamente congelados. “O setor está em uma fase difícil e agora é hora de dar apoio aos clientes do banco, não é momento de investir”, afirmou Maria do Carmo Ferrante, chefe do setor de açúcar do Rabobank para as Américas.
Para ela, os investimentos só serão retomados quando o Brasil voltar a moer 600 milhões de toneladas de cana por ano, número equivalente à capacidade instalada – hoje, a moagem está em 500 milhões de toneladas. A política interna de estabilidade de preços da gasolina é geralmente apontada como um dos principais fatores que deprimem o investimento na área.
Entretanto, para o Rabobank, o setor precisa buscar a melhora da competitividade, com ajustes nos canaviais e aprendizado da mecanização das lavouras. Os executivos participaram hoje do evento Sugar & Ethanol Summit – Brazil Day, em Londres, promovido pela Datagro e o governo brasileiro.
Fonte: Economia IG