Autor de vários livros sobre cooperativismo de crédito, Ênio Meinen, diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) defende que as cooperativas coloquem em prática a fórmula do crescimento por aquisições, ao lado da expansão orgânica. A iniciativa visa ao fortalecimento das instituições para o concurso – ou mesmo a simples sobrevivência – em cenário de altíssima competição. Opinião semelhante tem Roberto Rodrigues, embaixador para o cooperativismo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Na opinião do diretor do Bancoob, os efeitos do processo são a redução de custos, pela diminuição do corpo diretivo/de comando e também das estruturas de retaguarda, e o ganho de escala, representado pelo fortalecimento dos limites técnicos e pela ampliação do número e valor das operações, sendo que o cooperativismo de crédito está inserido nesse contexto, como já comprovaram entidades da Europa (Alemanha, Holanda, França) da América do Norte (EUA e Canadá) e também dos concorrentes domésticos, que compõem o sistema bancário convencional.
Embora seja “de inquestionável procedência técnica a solução das incorporações” há no ambiente cooperativo, segundo sua percepção, obstáculos que impedem maior vazão desse movimento, situados fora do plano institucional/organizacional. O desafio mais difícil, parece, é superar o apego aos interesses pessoais. Sabe-se que não é nada fácil abrir mão do status de dirigente, ou mesmo gerente, de uma instituição financeira, mormente em pequenas comunidades. É isso que, normalmente, faz com que a iniciativa fique apenas no plano do discurso.
Mas, a bem de propósitos mais nobres, é preciso vencer os empecilhos de ordem não-institucional e partir para a ação. Com as uniões, garante Meinen, há, de um lado, sensível redução de despesas pela diminuição do número de conselheiros de administração e fiscais; de diretores, de contadores e de outros profissionais de retaguarda, além da economia com custos de observância e, de outro, agregam-se solidez e credibilidade ao empreendimento, sem contar os ganhos em negócios pela realocação de colaboradores para a linha de frente.
Roberto Rodrigues, embaixador para o cooperativismo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) também trabalha pela unificação das cooperativas de crédito. De acordo com ele, essa já uma realidade no mundo inteiro onde o cooperativismo de crédito é muito mais forte. No Brasil, ao contrário, ao contrário existem várias instituições e sistemas atuando de forma dividida. “Se esse sistema continuar assim, não seremos fortes nunca”, assinala.
Rodrigues lembra que hoje quase 4 bilhões de pessoas estão ligadas a alguma cooperativa o que demonstra que é um sistema que realmente funciona como desenvolvedor social. Para ele, o cooperativismo é promotor da igualdade social, da sustentabilidade e equidade, o que resulta na promoção da paz social entre as pessoas e os países.
Fonte: MundoCoop
Caros Eledir e Júnior,
Fico feliz com os seus comentários e suas opiniões. É nessa dialética, serena e produtiva, que vamos identificando o melhor modelo para o nosso ainda jovem cooperativismo de crédito. Não tenho dúvida alguma que, concluídos os processos de racionalização intrassistêmicos já em curso e revisto, logo mais, o paralelismo intersistêmico de componentes organizacionais (dando vida ao Sistema NACIONAL de Crédito Cooperativo…), as condições de competitividade na ponta melhorarão muito, facilitando a coexistência de cooperativas de diferentes portes…
Bom dia. Possuo uma visão um pouco diferente. Acredito que para a expansão de um sistema deva existir mais cooperativas e pouca estrutura hierárquica entre a cooperativa e um banco cooperativo. Acredito que desta forma haverá um contato maior entre associado cooperativa – a parte humana que diferencia a cooperativa de crédito de um banco, e a solidez financeira, por sua vez, deve ser dada pelo banco cooperativo a todo o sistema.
Com certeza Ênio a redução de custos é algo que deve sempre ser discutido, porém, acredito que pode ser feita de outra forma, assim como a solidez financeira de um sistema para atender as grandes demandas por créditos de grandes tomadores.
Em um país, e um Estado como o RS, quanto mais empregos gerados na ponta do sistema – ou seja dentro das comunidades – melhor será para estas, em uma grande maioria são geralmente pequenas comunidades. E assim pode-se tentar frear o êxodo do interior para as capitais.
Vejo que tudo é questão política, mas se pensa em fazer mega cooperativas dentro do sistema, se pode fazer um mega sistema com várias cooperativas.
União pelo Amor,
Parabéns Ênio por mais uma vez estar tocando no grande desafio que as cooperativas de credito deverão enfrentar nos próximos anos. Está matéria relata a realidade de muitas cooperativas do Brasil. Porem aqui no médio norte do MT a conscientização está mais avançada, estamos em fase final da UNIÂO de duas das maiores cooperativas de crédito do centro oeste, Sicredi Ouro Verde com sede em Lucas do Rio Verde, e a Sicredi centro norte com sede em Novo Mutum. Esta união esta acontecendo pelo Amor, as duas estão solidas e bem administradas, porem entendemos que para continuar trazendo ainda mais benefícios para seus associados que é a razão da existência de uma Cooperativa unir forcas é o melhor caminho. A nova Cooperativa estará presente 15 municípios, com mais de 40.000 associados, PL superior a 215 milhões e mais de 1.200.000,00 de ativos. Esta união pelo amor só esta acontecendo pelo desprendimento aos cargos por parte dos dirigentes e pelo espirito empreendedor de seus associados.