Iniciativa tem como objetivo principal reverter o quadro de analfabetismo financeiro no país
Brasília, 26/6/2013 – Setenta e cinco por cento da população brasileira é analfabeta financeira. Isso significa que as pessoas têm sérios problemas de endividamento por não serem capazes de organizar e executar corretamente seu planejamento orçamentário. Os dados são do Banco Central do Brasil (BC) que, preocupado em contornar esta situação, procurou o Sistema OCB nesta semana para a execução de uma parceria inédita: por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), as entidades darão início a um programa de educação financeira.
Atualmente, o BC já promove cursos eventuais de educação financeira, para pequenos públicos, porém sem uma formatação metodológica apropriada. A ideia é unir a iniciativa já realizada pelo órgão regulador à expertise do Sescoop para estruturar pedagogicamente o conteúdo ministrado. “Trata-se de uma ação de formação e também de responsabilidade social, uma vez que o contexto econômico onde o ser humano está inserido é fator diferencial para as suas realizações, satisfações e até qualidade de vida. Esperamos contribuir de forma ativa para a realização deste programa que, com certeza, fará a diferença para a sociedade brasileira”, comentou o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile.
A reunião entre as instituições aconteceu na terça-feira (25/6), em Brasília (DF), e contou com a presença de quatro membros da gerência de Educação Financeira do BC, além de gestores do Sistema OCB e das unidades estaduais do Ceará e Paraná. Na ocasião, foi definido o plano de ação para a construção do programa, que funcionará da seguinte maneira: entre os dias 22 e 24 de julho, o Banco Central ministrará, para os gestores do Sistema OCB, o formato atual do curso de educação financeira. Em seguida, do dia 24 ao dia 26, esta equipe multidiscipliar permanecerá reunira a fim de promover a estruturação pedagógica da capacitação.
Para o início do mês de outubro está prevista a realização de turmas-piloto nos estados do Ceará e do Paraná, cujos resultados serão apresentados durante o Fórum de Inclusão Financeira, promovido pelo Banco Central, que acontecerá de 4 a 6 de novembro, em Brasília. Após esta fase de ajustes no programa, o trabalho do Sistema OCB deverá continuar, de forma prática. “Com a formação devidamente adequada, vamos atuar também na formação de multiplicadores, junto às cooperativas”, explica a gerente de Formação e Qualificação Profissional do Sescoop, Andrea Sayar.
Na reunião de ontem, os técnicos do BC foram apresentados aos programas desenvolvidos pelo Sescoop – dentre eles, o Educred (Programa Nacional de Educação do Crédito Cooperativo), que prevê formações específicas para conselheiros e para funcionários de cooperativas de crédito no Brasil. As impressões foram as melhores. Segundo a coordendora Maria de Fátima Tosini, o Banco Central tem muito interesse em acompanhar o desenvolvimento desta ação como forma de se espelhar: “O que vimos aqui deixou bastante claro o padrão de qualidade que o Sescoop vem imprimindo em seus projetos. E é exatamente isso que estamos buscando para o programa de educação financeira”, declarou.
Fonte: OCB