Regra instituída em 2003 se tornou marco para o cooperativismo, ampliando as operações e o número de associados; evento foi realizado em parceria com o Banco Central
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Sicredi, instituição de crédito cooperativo, comemorou os dez anos da livre admissão em um evento em parceria com o Banco Central (BC). O encontro, que aconteceu na última semana, contou com a participação dos presidentes das cooperativas Sicredi do Paraná e São Paulo e com executivos e técnicos do BC. “Além de falarmos sobre o resultado da livre admissão, também discutimos os desafios para o futuro e suas alternativas“, afirma o presidente da Central PR/SP e da Sicredi Participações S/A, Manfred Dasenbrock.
Instituída pela Resolução 3106/03 do Conselho Monetário Nacional, a livre admissão se tornou um marco para o cooperativismo. A partir de sua promulgação, houve aumento do acesso das cooperativas de crédito à sociedade, pois deixou de exigir a necessidade de vínculo profissional ou de pertencer a um mesmo ramo da atividade econômica, o que facilita o ingresso de associados. No PR e em SP, do total de 37 cooperativas, 27 já trabalham com o formato de livre admissão.
Nos últimos anos, a entidade deu um salto nas operações nos estados do Paraná e de São Paulo. Em 2005, a instituição contava com R$ 1,4 bilhão em ativos, 240 milhões em patrimônio e teve R$ 788 milhões em operações de crédito. Neste ano, os ativos são de R$ 7,94 bilhões, R$ 1 bilhão de patrimônio e R$ 5 bilhões no total de operações. “Apesar da clara evolução, há condições para continuarmos crescendo”, analisa o superintendente de Supervisão da Central Sicredi PR/SP, Reginaldo José Pedrão.
Ele destaca também o crescimento de associados do Sicredi. Entre 2004 e 2013, a Central PR/SP viu o número saltar de 195 mil para 575 mil – média de 42 mil novas adesões por ano. Na comparação entre dezembro de 2012 e maio de 2013, o Sicredi já registrou crescimento de 8% em associados. “Temos condições para continuar em evolução, ocupando o espaço que nos cabe. É possível construir um futuro ainda mais positivo”, diz o superintendente.
Desafios
De acordo com o gerente técnico do Banco Central, Gilson Marcos Balliana, 283 das 1.242 cooperativas do país trabalham em livre admissão. Essa evolução já torna o cooperativismo preponderante nas redes de atendimento do país, pois já é a terceira maior do país, especialmente quando se trata de crédito rural. “O cooperativismo de crédito está presente em municípios nos quais os bancos ainda não estão“, diz. “Mesmo onde existem bancos, as cooperativas se mostram mais próximas dos cidadãos”, completa.
Balliana também avaliou os desafios das cooperativas para o futuro. Entre eles, estão a inserção nos centros urbanos; a concorrência com o sistema bancário, especialmente no valor das tarifas; descentralização das cooperativas para as regiões Norte e Nordeste. “O Banco Central é indutor do ingresso da população no sistema financeiro. As cooperativas vêm ganhando espaço passo a passo, dentro das nossas condições de acompanhamento”, analisa.
Na avaliação do chefe adjunto do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf) do BC em Brasília, João Luiz Faustino Marques, a estruturação de um Fundo Garantidor de Depósitos das Cooperativas de Crédito (FGCoop) dá garantias para essa evolução. “Dessa forma, estamos assegurando a continuidade do crescimento e também desenvolvendo novos mecanismos para a capitalização das cooperativas”, esclarece Marques.
Sobre o Sicredi – O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,3 milhões de associados e 1.222 pontos de atendimento, em 10 estados* do país. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 110 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais – acionistas da Sicredi Participações S.A. – uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br.
* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.
Legenda: O gerente técnico do Banco Central, Gilson Marcos Balliana (à esquerda) e o presidente da Central PR/SP e da Sicredi Participações S/A, Manfred Dasenbrock