Para um país como o Brasil, onde historicamente as taxas de juros são altas, é difícil de acreditar na matéria abaixo, que relata que uma cooperativa da Alemanha, ao invés de pagar juros à seus aplicadores, cobra uma taxa para guardar o dinheiro dos mesmos.
Uma cooperativa bancária de poupanças alemã da cidade bávara de Gmund am Tegernsee — com 5.767 habitantes– disse que começará a cobrar para guardar o dinheiro de clientes pessoa física.
(Bloomberg) — Quando o Banco Central Europeu aplicou uma taxa de juros negativa aos depósitos dos bancos, dois anos atrás, poucos pensaram que a situação chegaria tão longe.
Nesta semana, uma cooperativa bancária de poupanças alemã da cidade bávara de Gmund am Tegernsee — com 5.767 habitantes– disse que começará a cobrar para guardar o dinheiro de clientes pessoa física. A partir de setembro, para poupanças com mais de 100.000 euros (US$ 111.710), o Raiffeisenbank da comunidade ficará com 0,4 por cento. Trata-se de um pass through direto do nível atual da taxa de depósito negativa do BCE.
“Com nossos clientes empresariais há taxas negativas há algum tempo, então por que deveria ser diferente com as contas privadas pessoa física com grandes saldos?”, disse Josef Paul, membro do conselho do banco, por telefone, na quinta-feira. “Assim como estão as coisas atualmente, as cobranças sobre os depósitos não serão estendidas a clientes com saldos inferiores” a 100.000 euros, disse ele.
O Raiffeisen Gmund am Tegernsee pode ser um banco minúsculo que está apenas aplicando penalidades a clientes ricos — a instituição informa que menos de 140 indivíduos serão afetados –, mas em princípio a taxa de depósito negativa do BCE foi pensada para incentivar os gastos e os investimentos na lenta economia da zona do euro e não para taxar os poupadores bávaros. Um porta-voz do banco central, que tem sede em Frankfurt, preferiu não comentar.
Na verdade, ao introduzir a política de juros negativos em junho de 2014 com uma redução da taxa de depósito para menos 0,1 por cento, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que a medida era “para os bancos, não para as pessoas”. Se os bancos decidirem transmitir a redução aos poupadores, é decisão deles. “Não somos nós”, disse ele.
De lá para cá, o BCE reduziu sua taxa de depósito mais três vezes. As autoridades do banco disseram que até o momento não houve nenhum efeito colateral negativo sério como, por exemplo, clientes sacando seu dinheiro e guardando-o em outras partes. Naquela época, em meio a uma recuperação econômica moderada, o crédito bancário retomou o crescimento novamente.
Mas, há apenas duas semanas, o membro do conselho do BCE Benoît Coeuré disse que os clientes do varejo permaneciam em seus bancos devido aos sinais de que suas poupanças não seriam taxadas tão cedo.
Para saber se Coeuré tem razão — que o Raiffeisen de Gmund am Tegernsee é um caso raro e que em uma escala mais ampla as taxas para os depositantes comuns não ficarão abaixo de zero — é preciso ver como os bancos da Alemanha e em outras partes reagirão ao tabu de cobrar dos clientes do varejo.
Fonte: Infomoney
Isso não é nenhuma novidade no Brasil. Aqui já utilizamos esse sistema de cobrar para guardar o dinheiro há muitos anos, há décadas. Exemplos: O governo cobra para guardar os recursos do FGTS do trabalhador. Outro exemplo: As instituições financeiras cobram para guardar o dinheiro da população nas cadernetas de poupança. Vc para manter um conta bancária vc paga ao Banco. Quando a conta é para receber salário eles te dão um ch especial, sem vc pedir, e passam a cobrar uma taxa de manutenção mensal. Só vejo uma diferença, lá eles são transparentes e honestos com os clientes. Aqui vejo um quadro diferente. Além de cobrarem juros altos o pobre tomador de um empréstimo é taxado com um IOF de 0,38 % criado pelo Governo para substituir a CPMF.