Copom fez corte de 1 ponto na Selic, o maior em 8 anos, e confirmou previsão do mercado, mas levantamento aponta que juro real do país ainda está alto.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu acelerar o ritmo e reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira pela quinta vez seguida nesta quarta-feira (12), de 12,25% para 11,25% ao ano.
O corte, de um ponto percentual, foi o maior desde março de 2009, ou seja, em oito anos, e levou a Selic ao menor patamar desde outubro de 2014 – quando a taxa estava em 11% ao ano.
A redução de um ponto percentual também confirmou a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro. A aposta dos analistas teve por base indicação do próprio Banco Central que, no início de março, sinalizou que iria acelerar o ritmo de redução dos juros.
“Essa intensificação moderada [do ritmo de corte] em relação ao ritmo das reuniões de janeiro e fevereiro mostra-se, no momento, adequada”, informou o BC, por meio de comunicado.
Mais reduções esperadas
Os analistas das instituições financeiras preveem que o Copom continuará a reduzir a Selic nos próximos meses e que a taxa chegará a 8,5% ao ano no fechamento de 2017, ou seja, em um dígito, algo que não acontece desde o final de 2013.
A autoridade monetária acrescentou ainda que, neste momento, considera o atual ritmo de corte “adequado”, ou seja, sinaliza que deve manter o mesmo percentual de redução dos juros no próximo encontro do Copom, em 30 e 31 de maio.
“Entretanto, a atual conjuntura econômica recomenda monitorar a evolução dos determinantes do grau de antecipação do ciclo [de redução dos juros]”, avaliou o Banco Central.
Mesmo com a redução de juros promovida pelo Copom nesta quarta-feira, o Brasil ainda permanece na liderança do ranking mundial de juros reais (calculados com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses), compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.
Com os juros básicos em 11,25% ao ano, a taxa real do Brasil soma 6,36% ao ano. Com isso, permanece acima do segundo colocado, que é a Rússia, com 5,12% ao ano, seguida pela Colômbia, com 2,49% ao ano. Nas 40 economias pesquisadas, a taxa média está negativa em 2,2% ao ano.
Fonte: G1