Nova Petrópolis/RS – A exemplo do que também ocorre em outros países, as cooperativas financeiras brasileiras apresentaram crescimento em 2016 mesmo em um cenário de retração econômica e crise política. Os depósitos administrados pelas cerca de 1.000 instituições financeiras cooperativas existentes no país (somadas ainda as centrais e os bancos cooperativos) cresceram 26% e as operações de crédito 9%.
A provável resposta para este crescimento é que, as cooperativas, por serem empresas com forte atuação local e regional, mantêm-se próximas de seus associados mesmo em períodos de dificuldades, mantendo os estímulos ao desenvolvimento e o apoio às comunidades em que estão inseridas. Por sua proximidade, as cooperativas conseguem conhecer profundamente a economia da sua região e consequentemente os setores que apresentam crescimento, estagnação ou retração, permitindo a tomada de decisão pontual para cada setor. Neste contexto, as IF cooperativas mantiveram em seu planejamento e também na execução do mesmo a inauguração de novos pontos de atendimento, diferente dos bancos que encerraram as atividades de algumas centenas de agências em 2016.
Ainda com relação ao crescimento dos volumes administrados pelas cooperativas, é importante lembrar que estas tem maior presença em mercados em que os bancos tem menor atuação: em pequenas cidades. Baseado na obra “Cooperativismo Financeiro, percurso histórico, perspectivas e desafios” (Meinen e Port, pág. 146), 46% dos associados de cooperativas financeiras são oriundos de cidades com menos de 30 mil habitantes, localidades estas que provavelmente sentiram menos os efeitos da crise dos que nos grandes centros urbanos, onde os bancos concentram sua atuação.
Segundo o levantamento abaixo, as instituições financeiras cooperativas ampliaram sua fatia de mercado nos ativos totais de 2,88% em 2015 para 3,57% em 2016, nos depósitos passou de 5,38% para 6,64%, no patrimônio líquido de 5,77% para 5,95% e nas operações de crédito, de 2,97% para 3,42%.
Confira os dados de dezembro de 2015:
Por Márcio Port, gestor do Portal do Cooperativismo Financeiro, co-autor dos livros “Cooperativismo de Crédito, ontem, hoje e amanhã” e “Cooperativismo Financeiro, percurso histórico, perspectivas e desafios” e atual presidente do conselho de administração da Sicredi Pioneira RS.
Os números da carteira de crédito estão superdimensionados! Somaram as carteiras das cooperativas singulares com as dos bancos cooperativos, sem descontar as operações de repasse! O valor correto da carteira do SNCC só pode ser apurado corretamente a partir dos balanços combinados dos dois grandes sistemas cooperativistas de crédit. O número mais próximo da realidade situa-se em torno de R$ 90 bi.