Um dos principais desafios estratégicos das cooperativas financeiras (crédito) atualmente reside na capacidade de reposicionar-se, a fim de acompanhar a rápida mudança no comportamento das novas (e atuais) gerações diante da entrada de novas tecnologias, notadamente através das Fintechs (fusão das palavras em inglês Financial e Technology).
O ingresso repentino e acelerado destas empresas no mercado financeiro, através de uma proposta de serviços financeiros onde a tecnologia é utilizada para trazer conveniência por meio da inovação, vem gerando uma verdadeira ruptura no modelo de negócios (inovação disruptiva) da indústria bancária e financeira tradicional.
Os bancos há algum tempo, vem reagindo a esse novo cenário, direcionando maior investimento em plataformas e agencias digitais ao invés de agências de “tijolos”, criação de centros de empreendedorismo e inovação incluindo startups, incluindo laboratórios no Vale do Silício (região dos EUA conhecida pela concentração de gigantes da tecnologia, como Apple e Google). Outra iniciativa de destaque foi a criação pelo Banco do Brasil e Bradesco, do Digio, plataforma digital para venda e gestão de cartões de crédito, com o objetivo de concorrer com startups financeiras, principalmente o Nubank.
Alguns Sistemas Cooperativos no Brasil estão iniciando estudos ou reposicionando os investimentos atuais e futuros, prevendo maior destinação em tecnologia ao invés de ampliar a estrutura física ou o número de agências/postos de atendimento. De forma ainda tímida, há ações pontuais de aproximação com Universidades ou Startups.
Mas, será que essa reviravolta que os serviços financeiros estão passando (e irão passar) não é demasiadamente complexa e desafiadora para cada Sistema buscar individualmente a “sua” solução? A “união” de esforços e investimentos dos bancos – citada anteriormente – não seria mais um sinal do gigantesco desafio para enfrentar os novos entrantes no mercado?
Não seria o momento dos Sistemas ampliarem a intercooperação, através de uma agenda estratégica integrada que promova um debate acerca do posicionamento sistêmico, estabelecendo diretrizes e ações impulsionadoras de empreendedorismo e inovação a fim de manter o nível de competitividade e atratividade dos empreendimentos cooperativos e seus produtos e serviços, principalmente às novas gerações no futuro?
Então, vamos lá?
*Marcos Vernei Schuster – Atua há mais de 23 anos no cooperativismo financeiro e atualmente é Diretor Administrativo na TRANSPOCRED (cooperativa que atua em SC e RS integrante do Sistema CECRED). Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, graduado em Ciências Contábeis com pós-graduações em Finanças, Marketing e Gestão e Inteligência Competitiva.
Marcos, parabéns pelo texto! É preciso começar já, e a nível sistêmico.
Marcos, boa tarde!
Os modelos tradicionais precisam se reinventar urgentemente, não atendem mais as novas gerações.
Fintechs, P2P lending, bitcoin já são o presente e futuro.
Parabéns pela matéria.