As cooperativas de crédito são por definição legal instituições financeiras. Esta classificação somada ao fato de que os seus produtos e serviços guardam grande similaridade com os que são oferecidos pelos bancos, induzem a que se confundam as duas espécies societárias.
As distinções, porém, entre os dois segmentos são profundas e importantes.
Banco é uma sociedade anônima, controlada pelos detentores dos maiores capitais, visando essencialmente o lucro, que é destinado aos acionistas, não mantendo qualquer vínculo com a comunidade.
As cooperativas são sociedades de pessoas, sem finalidade lucrativa, que operam unicamente com os seus associados, aos quais é assegurada a participação igualitária nas decisões e, proporcional às suas operações, nos resultados, tendo a missão de gerar em favor dos cooperados soluções financeiras adequadas e sustentáveis, mantendo comprometimento com as comunidades onde atuam.
No Brasil, grande parte das cooperativas estão organizadas em sistemas, que lhes dão organicidade e controle, permitindo excepcional ganho de escala no desenvolvimento de produtos e serviços financeiros disponibilizados aos participantes, que abarcam todas as modalidades existentes no mercado.
Em matéria de controles e riscos, além da supervisão dos próprios sistemas e dos respectivos órgãos de controle interno, sujeitam-se às normas e à fiscalização do Banco Central do Brasil, além das auditorias independentes.
As cooperativas participam, ainda, do Fundo Garantidor do Cooperativismo, que garante a cada usuário depósitos de até duzentos e cinquenta mil reais.
Registre-se, também, que a ausência do intuito lucrativo e a operacionalização restrita aos associados, permitem às cooperativas a adoção de condições mais vantajosas para o associado/cliente. As taxas e tarifas são invariavelmente melhores, tanto nas aplicações, quanto na obtenção de créditos.
Por tudo isso, as cooperativas financeiras vêm apresentando notável crescimento em nosso país, nos últimos anos, sendo certo, que mesmo assim, um grande caminho ainda há a percorrer.
É necessário que o cooperativismo se expanda de modo que todos possam ter acesso a uma cooperativa de crédito.
Ao mesmo tempo, é preciso que se desenvolva um grande trabalho de educação cooperativista para que, conscientizadas, as pessoas e comunidades possam desfrutar as grandes vantagens que o cooperativismo oferece.
Dr Luiz Antonio Ferreira de Araújo é presidente do Sicoob Central Rio.