Observa-se com cada vez mais frequência debates sobre os impactos que nossas ações têm no meio em que vivemos. Estes diálogos fazem com que as pessoas aumentem o nível de consciência sobre seus atos e consequências e, sendo assim, decisões que eram “simples” do dia a dia, passaram a ter uma maior relevância. Escolher um restaurante que se preocupa com a destinação dos resíduos, uma marca de roupa que tenha cuidado ambiental, um eletrodoméstico que consuma menos energia, são alguns exemplos de decisões atentas com o futuro da sociedade. As pessoas gradativamente aumentaram o entendimento de que é responsabilidade delas definir a sociedade que no futuro viverão.
No meio financeiro essa discussão também é relevante e é por isso que o cooperativismo ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Esse tipo de instituição, já consolidada em várias partes do mundo, conquista autoridade no país. O crescimento do último ano foi de 20% contra, respectivamente, 16% e 11% dos bancos de grande e médio porte.
Com serviços iguais as demais instituições do mercado, como previdência, investimentos, empréstimos e conta corrente, a grande diferença do cooperativismo financeiro está nos princípios que o regimentam. Com o cooperado sempre visto como prioridade, essas instituições são capazes de oferecerem taxas mais convidativas, com atendimento personalizado e participação efetiva nas decisões.
Antes de tudo é preciso compreender que a relação entre os clientes é diferente. Nos bancos o recurso do acionista é investido para gerar lucro através dos clientes. Já na cooperativa, o cooperado é também o acionista. Ele tem poder em decisões por meio de assembleias e canais de atendimento que permanecem sempre disponíveis e, ao final do exercício, direito às sobras na proporção da movimentação financeira.
A diferença da relação entre cooperado e cooperativa pode ser percebida também na personalização e autonomia dos produtos e serviços. Além disso, o cooperativismo se preocupa com a sociedade e com o seu crescimento. Uma visão mais humana e que é possível apenas para uma instituição que não busca o lucro e sim a realização das pessoas.
Caio Lauth Gualberto, diretor de negócios da Unicred SC/PR