Nós do cooperativismo estamos sempre em busca da evolução de nossos conceitos e bases doutrinárias.
O Cooperativismo possui peculiaridades que o diferencia de outros modelos econômicos, como por exemplo, o capitalismo ou socialismo.
Como se trata de uma sociedade de pessoas, os interessados em cooperar são chamados de cooperados. Esses são a base de sustentação das cooperativas. Mas existe um grupo de suma importância para esse alicerce do modelo
cooperativista: os empregados.
Porém, entendo que a pessoa que trabalha para uma cooperativa não deve ser chamada de “empregado”; tampouco deve ser chamada de “colaborador”, termo utilizado por muitos especialistas em gestão de pessoas, visando suavizar a expressão “empregado” e dar um sentido mais amplo para quem trabalha em uma empresa.
Esses termos utilizados não representam a verdadeira essência de quem presta seus serviços a uma cooperativa. Empregado ou colaborador denotam “capitalismo”.
Mas proponho uma nova definição ao trabalhador cooperativista, ou seja, devemos chamá-lo de “COOPERADOR”.
O prefixo “co” significa “companhia”, “concomitância” ou “simultaneidade”; o verbo “operar” tem entre os seus significados “fazer alguma coisa”, “produzir”, “realizar”; o sufixo “dor” indica agente.
Então, aquele que trabalha na cooperativa é um agente que, na companhia de outros, realiza suas tarefas cotidianas e ações em prol dos cooperados e da comunidade. Basta ter em mente as várias atividades exercidas pelas
cooperativas, que vão além do trabalho normal e que envolvem os COOPERADORES.
Nossos COOPERADORES vivem de forma mais intensa os princípios cooperativistas do que muitos cooperados. Lutamos para fundamentar nossos valores pensando muitas vezes apenas no cooperado e nos esquecemos daqueles que garantem o crescimento sustentável das cooperativas, os COOPERADORES.
Chamar aquele que trabalha na cooperativa de COOPERADOR é valorizar a pessoa na essência do modelo cooperativista; é fortalecer o sentimento de “pertença” a algo maior, que busca a igualdade das pessoas através de um modelo sustentável; é reforçar as bases do cooperativismo.
Se o COOPERADOR tiver a certeza da sua importância, teremos cooperativas mais fortes, continuidade dos princípios cooperativistas e valores sólidos para a perpetuidade deste modelo econômico.
Marcelo Borges de Pádua é Conselheiro de Administração do Sicoob Credialto