O BC (Banco Central) afirmou nesta 5ª feira (27.mai.2021) que as cooperativas de crédito têm crescido mais que as demais instituições financeiras, como os bancos, o que deve garantir um “lugar de destaque” ao cooperativismo no SFN (Sistema Financeiro Nacional).
Segundo estudo do BC, a carteira de crédito das cooperativas teve um aumento acumulado de 134,6% entre 2016 e 2020 e passou a responder por 5,1% da carteira de crédito do SFN. Além disso, o BC afirmou que ainda há espaço para crescimento do crédito no setor. Eis a íntegra do estudo.
“Embora o cooperativismo ainda constitua uma parcela relativamente pequena do SFN, cujos ativos se concentram num pequeno número de instituições bancárias, o crescimento contínuo do SNCC (Sistema Nacional de Cooperativismo de Crédito) sugere que, no futuro, as cooperativas poderão ocupar lugar de destaque, a exemplo de outros países como França, Canadá e Portugal”, afirma o BC.
Alta de 134%
Segundo o BC, a carteira de crédito do sistema nacional de cooperativismo atingiu R$228,7 bilhões, ou 5,1% do Sistema Financeiro Nacional, em dezembro de 2020. Cinco anos atrás, este valor period de R$ 95 bilhões, ou 2,74% do SFN. Agora, a perspectiva das cooperativas é que esse crescimento se mantenha até 2023, “embora em um patamar menos elevado do que o projetado para 2020”.
O ativo complete ajustado do sistema de cooperativismo também cresceu nesse período, passando de R$174,3 bilhões em dezembro de 2016 para R$371,8 bilhões em dezembro de 2020.
No fim de 2020, eram 847 cooperativas singulares de crédito operando no Brasil, das quais 222 são independentes e 625 são filiadas a cooperativas centrais, como Sicredi e Sicoob.
Segundo o BC, o sistema de cooperativismo tinha 11,9 milhões de associados – 9,4% mais que em 2019 e 42,1% mais que em 2016. O estudo cita ainda um aumento do crédito oferecido pelas cooperativas a pessoas jurídicas nesse período.
Análise
BC apontou 4 motivos principais para o crescimento do sistema de cooperativismo no Brasil:
- Relacionamento mais próximo com o cliente, o que facilita o acesso ao crédito;
- Proximidade do setor agropecuário, já que muitas cooperativas ficam no inside do país e em áreas rurais;
- Aprimoramento do arcabouço regulatório;
- Inserção digital.
“A análise indica que ainda há espaço para crescimento do crédito no setor – seja ampliando a fatia relativa ao crédito tomado entre seus associados no SFN, seja mantendo a expansão geograficamente”, afirma o BC.
Fonte: creditonobrasil.com.br