Ao longo de três décadas dedicadas ao cooperativismo, tenho tido a oportunidade de me aprofundar na busca da compreensão de qual realmente é o papel do cooperativismo na sociedade.
E após muito ler, estudar, visitar referências e refletir, hoje tenho a convicção de que o cooperativismo vai além da própria sociedade cooperativa: empresa constituída juridicamente com o objeto fundamental de atender as necessidades de seus membros. O cooperativismo é sim uma filosofia de vida. A gente escolhe viver em cooperação.
Contudo, como toda e qualquer escolha, ao optarmos viver em cooperação, necessitamos abrir mão da nossa individualidade: o “eu acima do nós”. Precisamos mudar nosso mindset de como fomos formados, com viés essencialmente para competir, e compreendermos que aquilo que mais o mundo, as organizações e, por conseguinte as pessoas precisam, é cooperar mais e competir menos.
Portanto, o cooperativismo, como filosofia, não necessariamente nasceu nos Probos de Rochdale (Manchester, UK), em 1844. Naquele momento nascia a primeira sociedade cooperativa, organizada a partir de 28 tecelões (27 homens e 1 mulher). O cooperativismo é milenar. Desde o ínicio da humanidade – do surgimento do homo sapiens há ± 200 mil anos – o ser humano já cooperava entre si, como forma de sobrevivência, afinal de contas ele entendeu que de forma unida, seria mais fácil caçar e se defender (para não de ser caçado).
O ser humano, por natureza, nasceu para cooperar, porém, especialmente com a evolução humana – a partir da era agrícola há ± 12 mil anos – isso foi se perdendo, pois a ganância, a individualidade, a competição, foi fazendo com que uns tivessem o desejo de acumular mais que outros. E aqui não entro no mérito da meritocracia – a qual compreendo – mas apenas um relato dessa narrativa histórica.
A gente decide viver em cooperação, onde minha maior realização é ver o outro também crescendo e desenvolvendo e não ficando triste por isso, mas sim vibrando com isso. Não tendo inveja, mas sim orgulho. Não tendo vaidade, mas sim compaixão. Não tendo desprezo, mas sim apreço.
O cooperativismo é sim a solução para a comunidade que vivemos, para o estado, o país e sim, para um mundo mais próspero com menos desigualdades. O cooperativismo, como filosofia, pode ser praticado em qualquer lugar, na família, com os amigos, nas organizações, nos governos, na sociedade. Desde que a premissa básica esteja posta: o interesse coletivo acima do individual, de forma genuína.
Por fim, as sociedades cooperativas, são as únicas organizações que conseguem, efetivamente, praticar do ponto de vista societário esses princípios como organização, ou seja, tem a parte da igualdade, onde cada pessoa é um voto, independente da condição econômica ou da participação no capital, e a outra parte onde participa dos resultados a partir da utilização dos produtos ou serviços na cooperativa.
Que sejamos evangelizadores dessa causa: viver em cooperação, como uma filosofia de vida !!!
O texto possibilita renascer “A CHAMA DA COOPERAÇÃO EM NOSSOS CORAÇÕES”
Assim registro:
Que a chama da cooperação arda em nossos corações, guiando-nos a construir um mundo mais justo e solidário. Sejamos defensores desta filosofia de vida, onde a união, a ajuda mútua e a responsabilidade social são os alicerces inabaláveis. Juntos, transformaremos sonhos em realidade, superando desafios e construindo um futuro próspero para todos. Que a força do cooperativismo nos inspire em cada passo, rumo a um amanhã mais humano e fraterno, onde o desenvolvimento comum e a solidariedade sejam a base de nossas ações e decisões. Estejamos sempre comprometidos com os valores cooperativistas, promovendo um ambiente de colaboração e crescimento mútuo para a realização de um mundo mais equitativo e harmonioso.